O final de cada ano é sinónimo de balanço sobre o ano que passou e criação de expetativas e perspetivas para o ano que se avizinha.

2016 foi positivo para o mercado imobiliário português. O nosso País mantém-se na rota da internacionalização, continuando a ser percecionado como um destino seguro para o investimento estrangeiro, mostrando-se também, internamente, capaz de contribuir de forma decisiva para a criação de emprego e recuperação económica do País.

Assistimos a um bom desempenho do mercado de compra e venda e do mercado da Reabilitação Urbana, impulsionados pela procura estrangeira e também pelo mercado interno, numa perspetiva de obter rendimento deste investimento através da colocação destes ativos em mercados como o do arrendamento urbano ou do alojamento local. 

Para 2017 o setor imobiliário reúne todas as condições para que se prolonguem as perspetivas positivas de 2016 – potencial de valorização dos ativos imobiliários, segurança, potencial para descentralizar o investimento por diferentes regiões do país, entre outros.

No entanto, é necessário que este mercado possa funcionar sem sobressaltos e sem eventuais novas medidas que possam afetar a confiança e a credibilidade que o mercado imobiliário deve dar a quem nele procura investir.

Neste sector, o que vendemos é sobretudo a confiança. Alterar as regras a meio do jogo faz com que a perceção da credibilidade seja afetada negativamente. Para o ano assistiremos ao impacto que, por exemplo, medidas como o AIMI terão sobre o mercado e a retração do investimento. 

Sobre 2016, não posso deixar de assinalar de forma algo negativa a ausência do diálogo entre o Estado e a Sociedade Civil na tomada de algumas decisões, cujas consequências não terão sido bem avaliadas. No próximo ano avaliaremos o impacto das mesmas. O dever Estado trabalhar lado a lado com a sociedade civil. Só ao ouvir quem atua diariamente no mercado se poderá tomar decisões conscientes, que não afetem, ou que afetem o mínimo possível, um sector que tanta importância tem para a Economia do País. Esperemos que este necessário trabalho conjunto, para 2017, seja uma resolução de ano novo.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 26 de Dezembro de 2016 no Jornal Económico

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