A mais apertada e sensível das três avaliações que incidem sobre um bem imobiliário, a avaliação que das instituições financeiras fazem, registou em Fevereiro uma melhoria quando em comparação com o período homólogo de 2013.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), este é o segundo aumento consecutivo registado neste, após mais de três anos de variações negativas. Estas variações positivas foram particularmente visíveis na região de Lisboa, mas também ocorreram significativamente nas regiões do Norte e do Centro

Os dados divulgados pelo INE são fruto de um inquérito do Instituto à avaliação bancária e baseiam-se nas informações fornecidas por nove instituições financeiras que, no total, asseguraram quase 90% do crédito à habitação concedido em Portugal. É um universo bem representativo que confirma um claro regresso ao saudável funcionamento normal do mercado imobiliário.

As avaliações bancárias dos bens imobiliários sempre foram muito sensíveis e muito condicionadas ao momento económico em que são realizadas. Já foram as mais altas das três avaliações clássicas, ultimamente eram inferiores à avaliação feita pelas autoridades fiscais tendendo agora para o valor de referência no mercado, o que é realmente uma boa nova.

É, tenho de o dizer, o reconhecimento de que alguns ajustamentos de preços num passado recente só aconteceram por emergências da promoção imobiliária, e é também a prova do regresso, mesmo que ainda lento, à normalidade do mercado, um regresso que também está a ser impulsionado pela crescente solidez do nosso sistema financeiro.

A urgência que alguns proprietários ou promotores viveram para garantir liquidez está a aliviar-se, até pela perspectiva do regresso de um cada vez maior, financiamento. Tudo isto conjugado aponta no sentido de voltarmos a olhar para o imobiliário como uma das locomotivas do crescimento económico e do desenvolvimento.

Os preços no mercado imobiliário variam sempre em função da localização e da qualidade da construção. Mas inverter uma tendência para a desvalorização forçada dos bens imobiliários é a boa nova que tenho de aplaudir como um ato de gestão lúcida do sistema financeiro.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 31 de março de 2014 no Diário Económico

Translate »