Disse, na semana passada em Lagoa, num seminário que a associação empresarial da mediação imobiliária, a que presido, organizou para marcar o regresso ao trabalho após as férias de Verão, que o nosso bombordo é e continua a ser o lado de onde avistamos África, quando temos a proa apontada a Sul, a esse imenso Brasil, de novo um dos nossos destinos de excelência.
Tudo isto, sem esquecer o que hoje nos diferencia, pela positiva, relativamente a outros tempos. É que hoje, não somos, nem queremos ser, o centro do Mundo, sendo, ao mesmo tempo, porto de saída e porto de entrada, num dos vértices desse novo triângulo de ouro que une Angola ao Brasil e a Portugal, espaço redescoberto pela criação da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP).
Importa, no entanto, sublinhar que esta nossa vontade de encontrar em Angola e no Brasil, já hoje, e nos demais países da lusofonia, a curto e a médio prazo, bons destinos de expansão para as nossas economias, implica que também saibamos transformar Portugal num verdadeiro bom porto de acolhimento, para quem chega das restantes capitais lusófonas com idêntica vontade de aqui descobrir a pátria comum que cantamos como sendo o corpo da alma da língua portuguesa.
A nossa reconhecida capacidade de bem receber, valor acrescido para quem quer promover-se como a melhor porta de entrada no Velho Continente, economicamente falando, para os países que falam Português, nomeadamente para a âncora da América do Sul, que é o Brasil e para a potência africana emergente, que é Angola, só ganha credibilidade num quadro de inequívoca reciprocidade no espaço lusófono.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 28 de Agosto de 2010 no Expresso