Numa overdose de informação sobre a situação económica e financeira do Mundo, da Europa, da Zona Euro ou do país, somos, constantemente bombardeados, com a ideia de uma escassez de interessados nos nossos produtos, tradicionais ou inovadores.

A Europa, a Zona Euro, o país, estarão a ter pouca procura e, o que parece ser mais grave, estarão também a despertar menos interesse nos investidores. Este desinteresse – valha-nos isso – não é generalizado em todo o Mundo, havendo também mundos que possuem gente que procura o que nós poderemos oferecer.

Esta ordem económica internacional em que vivemos não tem estado a funcionar com o rigor e a fiabilidade dos relógios suíços, o que nos dá aquela desconfortável sensação de atraso, de atraso de e na vida, de atraso na urgência da recuperação, mesmo quando disponíveis para remar contra esta maré.

Com esta disponibilidade generalizada, a julgar pelas manifestações de intenções tornadas públicas, temos de concluir que esta espera que nos desespera, por melhoras visíveis, só encontrará explicação na possibilidade de não estarmos a saber enfrentar, com eficácia, os desafios que enfrentamos.

Charles Darwin, cujo bicentenário do nascimento celebramos no ano passado, dizia que as espécies que sobrevivem, não são necessariamente as mais fortes, mas as que conseguem adaptar-se melhor às novas realidades. Talvez devamos reflectir mais sobre estes temas, pois é plausível que a solução dos problemas económicos também passe por esta evidência.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 2 de Junho de 2010 no Diário Económico

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