A recém-criada Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), que integra a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) como uma das associações fundadoras, tem também a difícil missão de repor a boa imagem deste sector, escolhido para bode expiatório de uma crise que não provocou mas que o atinge com alguma incidência.

Esta é uma das minhas leituras da importante intervenção que o presidente da CPCI, Eng. Manuel Reis Campos, proferiu no histórico seminário nacional da mediação imobiliária que a APEMIP promoveu em Lagoa, numa rentrée naturalmente algarvia por ter sido agendada para Agosto.

Alguns mediatizados discursos políticos, nestes tempos de frases soltas e fáceis, teimam em acusar a construção e o imobiliário pelos erros e pelas experiências ambiciosas de outros, daqueles que pensaram que as árvores podiam crescer até ao céu.

Se há alguém que tem noção dos limites somos nós, os mediadores imobiliários, profissionais que fazem a ponte entre a oferta e a procura e que, neste equilíbrio do bom funcionamento do mercado, são, muitas vezes, os únicos provedores do público consumidor.

Não há cimento verde, mas há neste sector da construção e do imobiliário uma crescente consciência ecológica que reconhece e impõe modelos de desenvolvimento sustentado, modelos que se aplicam na hora de construir o novo e na hora de reabilitar o construído.

É esta implícita multidisciplinaridade que a recém-criada Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) vem organizar, colocando este sector num patamar ético e de excelência, incompatível com a imagem que ainda alguns, injustamente e para desviar atenções, tentam colar-nos.

Esta é, aliás, uma das razões (mais uma) que faz de nós parceiros estratégicos de facto e – esperemos – de direito, a muitos níveis de decisão.

Publicado dia 5 de Setembro no Expresso

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