Independentemente do resultado que venha a ser apurado no dividido Reino Unido quanto a sair ou a ficar na União Europeia, a vontade de investir no estrangeiro por parte dos ingleses não será afectada quando sabemos que a regra é a do respectivo incremento em países que passam por processos de instabilidade profundos. Quem pode investir no estrangeiro não o fará ou deixará de fazer em função de um resultado que será conhecido quando este artigo for publicado mas ainda o não é no momento em que o escrevo.

A eventual desvalorização da libra, caso ganhe o Brexit, não será tão significativa que o encarecimento de um imóvel no estrangeiro, nomeadamente em Portugal onde há muita procura oriunda do Reino Unido, seja impeditivo de concretizar o sonho, bem inglês, de possuir uma pequena propriedade, não muito longe da grande ilha, mas com uma invejável quantidade anual  de dias em que o céu é mesmo azul e visível a olha nu. 

Isto porque, Brexit ou No Brexit, Portugal, como mercado imobiliário de destino, continuará a ser seguro e fiável. O imobiliário português, pelas suas características e pela relação preço qualidade apresentada, continuará a ser um sector de interesse para investidores e para uma certa procura por parte de profissionais a chegar à reforma e a sonhar com um lugar calmo, civilizado e agradável em termos de meteorologia.

Não direi, como dizem alguns analistas, que o referendo no Reino Unido é uma tentativa de “solução” muito parecida com a que viria a gerar o cisma que o Rei Henrique VIII provocou, relativamente a Roma, quando, há cinco séculos, o Papa  Clemente VII recusou anular o casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, “obrigando” o monarca a criar uma Igreja própria ainda hoje existente e com Poder – a Igreja Anglicana – sem que isso seja problemático, nem para Roma.

Não irei tão longe na desvalorização de um eventual Brexit, como também não cometo o erro de pensar que a vitória do No Brexit deixará tudo como estava. A simples convocação do referendo, só por si, já fez e fará mexer muita coisa no seio de toda a União Europeia, mas não no que refere à procura do imobiliário português por parte do público inglês. Quando muito algum compasso de espero e mesmo este pouco significativo.

Luís Lima
Presidenta da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 27 de Junho de 2016 no Diário Económico

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