O papel do city marketing é cada vez mais importante para o imobiliário português e para o papel que o setor assume na recuperação económica. Nesta matéria, a mediação credibilizada pela transparência e pela segurança que garante às transações imobiliárias, está na linha da frente deste esforço de internacionalização.

Sem grandes perspectivas no que toca à concessão de crédito à procura interna, a solução para alavancar negócios é encontrar a procura que falta no mercado externo, entre os investidores que desejam segurança nos investimentos, uma das características do nosso imobiliário, mormente no residencial turístico.

Esta estratégia é típica do city marketing. Na prática, pretende-se sempre alargar o universo da procura em economias mais prósperas, como o são, em primeira linha, as economias dos chamados países emergentes, aqueles que se acolhem sob a sigla BRIC formada pelas iniciais de quatro dessas estrelas – Brasil, Rússia, Índia e China.

No actual contexto português, o que importa é potenciar as mais valias que comparativamente oferecemos, num quadro de segurança para os capitais investidos e de segurança pessoal para os próprios investidores, caso  desejem viver entre nós, ocasionalmente ou por períodos longos, eventualmente definitivos.

A imagem de um país de climas amenos, meteorológica ou socialmente falando, que projetamos no aclamado sucesso de jogadores e treinadores de futebol portugueses e/ou de outros artistas, precisa de algo mais para que possa realmente consolidar-se e afirmar-se como um valor com correspondência na nossa Economia.

O imobiliário português, internacionalmente reconhecido como uma boa alternativa para o capital estrangeiro que gosta de investir neste sector, tem de ter condições para mostrar as suas melhores virtudes e as suas virtudes comparadas, em acções concretas no estrangeiro,  para captação de investimentos estrangeiros em mercados firmados, como é o da actual Alemanha, mas também em mercados emergentes como os de todos os BRIC.

Para isso (não me canso de lembrar), é preciso estar no terreno, em constantes acções de city marketing. Explicando bem as raízes históricas desta nossa boa índole para fazer no nosso território um local agradável para nós e para os outros. É preciso isto e muito mais.

E é especialmente preciso que, as organizações empresariais do sector, empenhadas neste esforço de internacionalização, possam aceder aos apoios previstos para estas acções no âmbito das verbas do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

O que é difícil neste campo do city marketing não é conseguir uma boa imagem com projeção bem mediaticamente visível nos mercados estrangeiros – o difícil é conseguir mantê-la e conseguir consolidá-la. Para que apeteça durante mais tempo viver e investir em Portugal, realmente em segurança.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 25 de junho de 2012 no Diário Económico

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