Em 2004, quando Portugal organizou o Campeonato Europeu de Futebol, em plena era de Felipe Scolari, como seleccionador nacional, todos nós fomos convocados pelo “mister” e, a Selecção, apoiada como nunca se viu pelos portugueses, conseguiu chegar à final e ser vice-campeã europeia.

Quem viveu esses dias de glória, entre 12 de Junho e 4 de Julho de 2004, lembrar-se-á do mar de bandeiras nacionais que engalanavam as casas dos portugueses e ainda terá na memória auditiva e, sobretudo na memória afectiva esse hino oficioso do Euro 2004 que era a “Força” de Nelly Furtado.

Força, cantava Nelly Furtado, é a paixão que nos corre nas veias, é  o momento em que nos lembramos que estamos vivos e é, principalmente, um impulso que ninguém pode parar.  Hoje, neste novo contexto, temos de voltar a convocar essa força colectiva.

Mais do que austeras, as duras e difíceis exigências que temos de aceitar para que Portugal possa aceder a um empréstimo tornado inevitável contêm, ou podem conter, condições que potenciem oportunidades para a nossa Economia mas esta virtude depende mais de nós do que dos outros.

Cada um de nós tem de se sentir convocado, como em 2004, quando nos mostrávamos assim, ao som da voz inspiradora da Nelly Furtado que nos dizia, num português com sotaque, que nós somos capazes de vencer por nós próprios. Unidos numa convocação colectiva irrecusável.

Com uma diferença face a 2004: o campeonato que agora se inicia vai ser mais longo e, seguramente, mais decisivo até para a nossa auto-estima.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 11 de Maio de 2011 no Diário Económico

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