A consciência de que o caminho faz-se caminhando, até mesmo no domínio da revisão das leis laborais, como implicitamente, reconheceram alguns dos nossos governantes na resposta dada às declarações, entretanto rectificadas, de Olli Rehn, comissário europeu responsável pela economia e finanças, a pedir que Lisboa ouse ir mais longe nesta matéria, essa consciência não colide com a mensagem que o presidente Cavaco Silva dirigiu, no Dia de Portugal, aos portugueses, ao pedir “um contrato social de unidade e de solidariedade entre empresários e trabalhadores”.

O equilíbrio que precisamos de encontrar, com urgência e, também, para gerar mais emprego, entre a necessidade de aumentar a nossa competitividade, quiçá pela flexibilização das leis laborais, e a necessidade de mantermos sempre viva a vontade de atingir a utopia do emprego pleno, como solução definitiva para a desejável justiça social, é um desafio mais difícil em momentos de generalizadas inquietudes, como o que vivem largos sectores da população, entre desempregados, jovens que procuram o primeiro emprego e idosos com dificuldades extremas.

Eu, que tenho a profissão de mediador e, como tal, a vocação de concertar posições e gerar consensos, sei que este encontro de vontades só se concretiza quando todas as partes aceitam as regras do jogo, sem a mínima tentação de ceder à possível oportunidade de obter vantagens que queiram esconder dos outros. Julgo que, é esta a mensagem que os nossos governantes querem deixar a todos os portugueses.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 16 de Junho de 2010 no Diário Económico

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