Nas vésperas da abertura da edição do presente ano do Salão Imobiliário de Portugal, o SIL 2013, uma grande montra do imobiliário português apresentada ao país e ao Mundo que olha com potencial interesse para este nosso mercado, foi notícia em todo o Mundo que olha para os grandes negócios, a aquisição, por um grupo alemão e por 43 milhões de euros, do Edifício Báltico, no Parque das Nações.

Esta aquisição, que foi notícia no jornal “Financial Times”, é a maior transação institucional do mercado imobiliário português desde 2008 e constitui, para uma empresa que analisa os mercados imobiliários, citada pelo Financial Times, “um sinal de recuperação do imobiliário português”, o que confirma outros sinais que aponta na mesma direção relativamente à recuperação deste sector.

O aumento das transações imobiliárias registado no terceiro trimestre de 2013, aumento que corresponde a uma subida de 8,7% relativamente ao trimestre anterior, e a um total de transações que ultrapassa os 25 mil, foi um desses sinais positivos indiciadores de que este importante sector para a recuperação da nossa Economia está a acordar de uma longa letargia e a volta a assumir-se como uma das locomotivas do crescimento.

Recordo que no mesmo período de tempo, acentuou-se a clara diminuição do número de imóveis entregues em dação para pagamento de créditos tanto por famílias, como por parte dos promotores imobiliários, num decréscimo que se aproxima dos 30%, também face aos números do trimestre anterior. Mais um sinal que faz renascer a esperança de uma real animação deste mercado.

Citando ainda o Financial Times na boa notícia da transação do Edifício Báltico, registo as declarações de um dos gestores do grupo que adquiriu o “Báltico”, Mathias Danna, a lembrar que Lisboa “é uma das cidades mais importantes da Europa” e a reconhecer que esta é “uma boa altura para investir em Portugal”, onde o mercado imobiliário – disse – apresenta taxas de retorno aceitáveis e preços razoáveis.

Este claro interesse dos investidores estrangeiros no nosso mercado imobiliário faz também aumentar os níveis de confiança do mercado interno neste mesmo sector. As retrações que se verificaram na aplicação no imobiliário de poupanças e de outros investimentos por parte dos próprios portugueses podem desaparecer, contagiadas por este novo comportamento dos investidores estrangeiros atentos aos mercados.

Estes investidores – recorde-se – sempre muito atentos às oportunidades de negócios que se oferecem em todo o Mundo, reconhecem, há muito, que existe em Portugal uma oferta imobiliária de qualidade, a preços muito competitivos, que não sofreu, ao contrário de muitos outros países, qualquer bolha imobiliária. Confirma-se que este reconhecimento começa, felizmente, a alargar-se e a dar mais esperança à nossa recuperação.

Neste Outono, o mercado imobiliário português, na linha de outros mercados europeus também em recuperação, está a beneficiar dos efeitos de uma verdadeira Primavera. Está também nas nossas mãos ajudar a confirmar este bom clima.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 14 de Outubro de 2013 no Diário Económico

Translate »