A dimensão da crise despoletada em 2008 com a falência da financeira norte-americana Lehman Brothers, a identificação dos seus responsáveis e os contornos das operações desencadeadas para a debelar talvez nunca venham a ser totalmente conhecidas da generalidade das vítimas, mas estas estão bem identificadas no alvo de quem mexe os cordelinhos, teorias da conspiração à parte.
O risco não reside apenas na desvalorização do valor do trabalho, na TSU grisalha ou nos depósitos bancários que ultrapassam os cem mil euros, poupanças a partir das quais, se considerado necessário, os Estados poderão invadir em nome dos superiores interesses dos próprios Estados. O risco deste verdadeiro confisco também reside na carga fiscal sobre o imobiliário, nos IMIs, nos IMTs e noutros impostos agravados por imposição externa para acudir a um descalabro financeiro que alguns dizem ter sido incentivado do exterior.
Sublinho, por isso, o grito de alerta que o meu colega na Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) Menezes Leitão lançou no recente congresso da União Internacional dos Proprietários Urbanos, realizado em Lisboa, quando como presidente da Associação Lisbonense de Proprietários ali discursou rebatendo as teses dos prestamistas internacionais, gente que ainda não provou a sua inocência na crise financeira europeia e mundial mas insiste em culpar as populações (que aceitaram os créditos com que o sistema financeiro as aliciava para a concretização do sonho de ter casa própria) da crise em curso, enquanto cobiça a riqueza que tais populações acumularam.
Assim é muito difícil.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 28 de Setembro de 2013 no Expresso