A Europa tenta-se, por vezes, a olhar para países que apresentam altos índices de crescimento, numa inveja que se iniciou há 30 anos, quando começamos a olhar para os “tigres asiáticos”, essas economias agressivas na captação de capitais estrangeiros, pela oferta de mão-de-obra barata e cordata.

A Coreia do Sul, que há 50 anos era um dos países pobres da Ásia a tentar desenvolver-se, transformou-se num desses tigres e em 2002, ano em que organizou, em conjunto com o Japão, um Campeonato do Mundo de Futebol, sonhava ser uma das locomotivas económicas do Oriente. Hoje, emergem novas economias a reclamar este título, como a Indonésia, e o fascínio não se esmoreceu.

Isto, apesar destes modelos económicos basearem-se mais na procura externa do que na interna, pela baixa qualidade de vida e fraco poder de compra das populações que produzem barato, produtos de sonho a que não conseguem  aceder. A Europa não regista crescimentos tão acentuados, mas, tem um desenvolvimento económico sem paralelo, na medida em que este afere-se, principalmente, pela qualidade de vida que oferece às respectivas populações.

Iludidos pelo facto de certas economias emergentes apostarem na Educação, podemos ser levados a pensar que aqueles índices de crescimento, beneficiam as populações, o que nem sempre acontece pois, amiúde, a Instrução visa a melhoria da produtividade e não uma formação integral das pessoas como cidadãos conscientes de uma sociedade equilibrada.

Crescimento nem sempre rima com desenvolvimento.

Publicado dia 9 de Junho de 2010 no Diário Económico

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