Todos dizemos, como que num consenso inquestionável, que neste momento difícil para o país, uma das garantias possíveis para manter a esperança do regresso a tempos de expansão económica,  reside na atribuição de apoios sólidos e de financiamento às empresas que têm projetos.

As mais modernas e prósperas economias são as que baseiam o crescimento e o desejável desenvolvimento associado a esse mesmo crescimento ao papel insubstituível das próprias empresas, crescimento e desenvolvimento sempre dependentes da capacidade de criar emprego e gerar riqueza.

Sendo todas estas verdades fáceis de comprovar, não deixa de ser também perturbador ver que, neste contexto atual, as empresas que mais estão a sofrer são aquelas que, no passado, mais apostaram no crescimento, criando muito emprego, muito do qual agora a desaparecer.

Paradoxalmente, as empresas que menos apostaram e que apenas sobreviviam numa modesta e pouca ambiciosa rota de existência, essas empresas menos dinâmicas parecem estar a resistir às ondas de choque da presente crise, o que sendo por um lado positivo, é, por outro lado, um desincentivo à dinâmica que importa recuperar para sair da crise.

Tudo isto não ajuda a que as empresas portuguesas respondam ao que delas sempre esperamos – e que hoje se traduz em exigir-lhes novas estratégias e estratégias de sucesso, internas ou externas – quando lhes dificultamos a competitividade, por exemplo, no plano fiscal, se comparada com a Europa.

Contradições de uma crise global que mais justificam esta reflexão permanente sobre todas as questões, mesmo perturbadores e quase incompreensíveis.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 20 de abril de 2013 no Expresso

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