Deixei cair há dias os olhos sobre o mapa do poder de compra na Europa em 2015, elaborado por uma empresa internacional de consultoria e estudos económicos, e num único e rápido olhar, graças a uma diferenciação por cores, pude ver que estamos pior do que o Norte da Europa estando também pior do que a Espanha, ao nível da República Checa, da Eslovénia, da Eslováquia e da Grécia. Pior só os países da recente divisão geopolítica do Leste Europeu.

Entre o azul escuro que cobre, por exemplo, a Albânia, a Roménia ou a Ucrânia e outros países desta zona, um azul que corresponde ao mais baixo poder de compra da Europa, e o vermelho escuro que cobre, por exemplo, a Noruega e a Dinamarca, um vermelho escuro ao mais alto poder de compra da Europa, há um rosa, dois tons de amarelos e dois tons de verde, sendo que a nossa cor é o verde mais escuro que encosta ao azul.

Nas cores escolhidas para representar a paleta europeia do poder de compra, o verde escuro que nos cabe não é muito esperançoso e corresponde a um valor inferior ao da média europeia e inferior ao dos nossos vizinhos espanhóis. O que cada europeu em média dispõe para gastar ou aforrar são 15, 948 euros, ou seja metade do que cabe aos noruegueses e um terço do que cabe aos suíços.

Nos que estão abaixo da média europeia, a Espanha é a que está menos mal, com um valor médio de 13,203 euros, valor significativamente superior ao de Portugal que é de 10,492 euros. A Irlanda que também esteve sob tutela financeira, está muito acima da média europeia, com um poder de compra per capita de 18,052 euros, valendo-nos, mais uma vez, a Grécia cuja média está fixada em 9,328 euros.

Os valores em euros que venho referindo são os da chamada renda disponível, ou seja, o valor anual que os cidadãos, em média, dispõem para os gastos com o consumo ou para a poupança. Considerando o custo de vida média, estamos realmente muito descoloridos e mais ainda se nos comparamos com aqueles que estão mais próximos de nós. Temos mesmo que tentar ganhar uma cor mais forte e quente se quisermos estar mais confortáveis neste mapa da Europa.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 9 de Novembro de 2015 no Diário Económico

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