O desemprego é sempre o grande problema de qualquer Economia. Não é um problema qualquer é o grande problema de qualquer Economia e combatê-lo tem de ser a prioridade das prioridades. Neste sentido, todos os contributos e todas as ideias que se apresentem como potenciais soluções, viáveis ou não, devem ser equacionados e discutidos.
O problema é tão grave, como mais uma vez os números vindos a público sublinham, que não há uma única solução, infalível, para o enfrentar e que implica a adoção de mais do que uma solução, desejavelmente concertadas entre si. Portugal vive, neste campo, em verdadeiro estado de emergência.
Não há, ou não tem havido, exportações que compensem a quebra da procura interna, um dos fatores que gera desemprego e quebra do produto interno , num ciclo vicioso que tem de ser interrompido alguma vez e talvez em mais do que um ponto se quisermos evitar o agravamento da situação vivida.
Sendo certo que esta é uma das preocupações dominantes dos portugueses, é também normal que o tema seja recorrente nas chamadas conversas de café, pelo menos para parte das pessoas que vão frequentando cafés e que têm por hábito transformá-los em fóruns improvisados de tertúlia e de debate.
Sem prejuízo do respeito que a liberdade de opinião deve merecer e merece (nos cafés de bairro, nos jornais, nas rádios, nas televisões), o tema do desemprego tem de mobilizar, com caracter de urgência, especialistas a tempo inteiro capazes de indicar, no mais curto espaço de tempo, potenciais soluções para esta situação.
Todos os cenários possíveis, com todas as projeções inerentes, devem ser equacionados: da forte redução das contribuições para a Segurança Social das empresas que criem emprego à possibilidade da redução temporária de salários, com ou sem redução do horário de trabalho, e até à possibilidade da diminuição da idade da Reforma.
Não pode haver soluções interditas nesta discussão nacional. Só a avaliação comparativa dos prós e dos contras nas projeções possíveis das hipóteses equacionadas deverá determinar a rejeição ou a aceitação desta ou daquela hipótese. É que algo tem de ser feito quando a taxa chega aos valores que chegou e com tendência para se agravar.
Oficialmente – e os números oficiais são sempre inferiores aos reais – a taxa de desemprego subiu para 17,7% nos primeiros três meses de 2013, com uma taxa de desemprego jovem num nível impensável de 42,1%. Oficialmente o número de portugueses desempregados está a aproximar-se de um milhão.
No quadro atual, em que o sector da Construção, obras públicas incluídas, e do Imobiliário deixou de suportar parte dos chamados índices portugueses de empregabilidade, a ponto de justificar o acolhimento de mão de obra estrangeira, a situação agrava-se ainda mais por estar a gerar desemprego em sectores de menor formação.
As campainhas de alarme soam por todo o lado, a exigir a mobilização geral daqueles que possam contribuir para encontrar um caminho que tem de ser encontrado rapidamente e para o qual não há qualquer alternativa.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 15 de maio de 2013 no Público