A internacionalização da economia portuguesa é fundamental para a própria recuperação económica, especialmente quando as economias de mercado vivem uma espécie de ressaca de crise e há países, como o nosso, cujo défice público está elevado, mesmo que compreensivelmente.

É sabido que a desejada internacionalização da Economia portuguesa também passa pelo sector imobiliário português, pela via da captação de investimento estrangeiro em áreas como a do turismo residencial, seja proveniente de quem procura novos destinos turísticos, fruto de quem aposta em investimentos seguros.

Neste quadro,  a criação da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa , iniciada de forma significativa com a viagem que uma delegação da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a que tive a honra de presidir, cumpriu, recentemente no Brasil, é um passo decisivo nessa estratégia nacional.

No Brasil, onde recebemos o apoio de importantes associações empresariais da fileira da Construção e do Imobiliário, com destaque para o SECOVI de S. Paulo e para o COFECI de Brasília, lançamos realmente os caboucos de uma ferramenta importante para abrir portas à nossa internacionalização e à internacionalização dos mercados dos países de fala portuguesa.

O segredo de qualquer internacionalização passa pela identificação certa do alvo da nossa oferta e pela escolha do melhor momento para que tal oferta seja feita.  A criação de uma Pátria alargada para os negócios imobiliários dos países da lusofonia, não é uma utopia, e pode ser uma porta grande para o crescimento e o desenvolvimento dos nossos mercados.

Como costumo citar, se para um dos versos felizes de Pessoa a Pátria é a Língua Portuguesa, a Pátria dos Negócios de quem é empreendedor nos países lusófonos pode e deve ser este enorme espaço da lusofonia, com países que são economias emergentes e promissoras, como é o caso do Brasil, que se projecta a curto prazo como a quinta potência do Mundo.

Esta é, seguramente, uma boa notícia para a própria Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) que tem por estratégia apoiar os esforços dos empresários portugueses que se viram para o estrangeiro, nomeadamente para países como o Brasil ou como Angola, próxima etapa do projecto de Confederação do imobiliário lusófono.

Sem qualquer sombra de pecado, sinto particular orgulho de presidir a uma associação empresarial que, na sua prática associativa do dia-a-dia, sabe que há momentos históricos em que é necessário que todos remem no mesmo sentido. Num mundo globalizado, dobrar o Cabo da Boa Esperança, pode ser, dobrar o Cabo Horn, um dos mais difíceis que fica lá na Terra do Fogo.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 26 de Fevereiro de 2010 no Sol

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