As previsões económicas, não sendo ainda tão rigorosas como as meteorológicas, começam a ser muito aproximadas da realidade, o que significa que o desemprego em Portugal vai continuar a subir e vai atingir números nunca antes vistos, apontando-se já para uma taxa, a curto prazo, da ordem dos 13%.

Em números para a média do todo nacional, que nunca chegou a este elevado patamar, embora esta percentagem já tenha sido atingida em algumas regiões do país, nomeadamente nas regiões que habitualmente mais sofrem com este fenómeno, como é o caso da região Norte.

Neste quadro, uma das prioridades é, sem qualquer margem para dúvida, apoiar os programas que possam gerar emprego, emprego qualificado mas também emprego indiferenciado, menos qualificado, pois ainda há muitos portugueses no desemprego, em idade activa, de formação menos especializada.

Um desses programas, que ainda por cima não se esgota nesta vocação para criar emprego, é precisamente o da reabilitação e regeneração dos centros urbanos das nossas principais cidades, uma emergência que irá recuperar, a curto prazo, mais de cem mil postos de trabalho, muitos dos quais menos qualificados.

É que toda e qualquer opção ou teoria económica, como quaisquer politicas de habitação, como os planos de recuperação ou como os resgates de dívidas, só se legitimam se forem pensadas e desenhadas em função do interesse e do bem-estar das pessoas a que se dirigem e podem atingir.

Não basta dizer que chove em Lisboa: é preciso também gerar condições de acesso aos guarda-chuvas.

Luís Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 21 de Maio de 2011 no Expresso

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