Nem nas latitudes onde realmente houve uma bolha imobiliária, como em Miami, uma das cidades norte-americanas mais atingidas pelo crise do subprime, uma desgraça dessas consegue durar para sempre. A resposta chegou há dias e diz que a procura está a voltar a animar o mercado do imobiliário turístico da Florida.

Na verdade, a procura voltou a ser superior à oferta, e a promoção e construção imobiliárias, nomeadamente para o turismo residencial, voltou a animar a Economia deste estado. Os números são inferiores aos dos melhores anos do sector, nomeadamente entre 2003 e 2008, mas mostram uma animação da Economia muito esperançosa.

A Florida já não é um destino turístico cheio de empreendimentos devolutos e condomínios turísticos fantasma tendo recuperado o respectivo mercado imobiliário, mesmo sem beneficiar da generosidade dos financiamentos outrora concedidos a compradores e investidores.

Hoje, a procura assenta em investidores estrangeiros que não carecem de financiamento e a oferta acautela-se exigindo sinais prévios significativos que impedem a desistência dos comparadores pela maneira mais eficaz – a possibilidade real de perder, nessa circunstância, bastante dinheiro. 

Se isto está a acontecer num país, como os Estados Unidos da América onde a bolha imobiliária foi escandalosa, é plausível admitir que possa clonar-se em países, como o nosso, onde não houve bolha e o imobiliário de qualidade se oferece a preços competitivos.

Não sendo o mercado imobiliário um mercado onde as árvores possam crescer até ao céu ainda é, até nos EUA, um mercado onde as bolhas não duram para sempre. Uma boa notícia para um país, como Portugal, que se acautelou deste tipo de bolhas.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 14 de Dezembro de 2013 no Expresso

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