A maioria dos certificados de eficiência energética dos edifícios emitidos em Portugal era, na última contabilidade oficial das classes B e C. Sabendo-se que, os edifícios novos só podem ser licenciados se possuírem classificações A+, A ou B, conclui-se que é nos usados, entre os quais os reabilitados, que se contabiliza a  modesta letra C.

Sem ignorar o facto, verificável em Portugal,  das regiões cuja amplitude térmica é pequena e num patamar ameno, serem as que registam construções de menor eficiência energética, o que confirma serem as zonas mais temperadas, as que menos atenção dão à eficiência térmica das habitações, é bom sublinhar que a certificação dos edifícios reabilitados deve merecer melhor avaliação.

Morrer de frio, no Inverno, ou de calor no Verão é um dos destinos mais tristes, mas a avaliação do grau de eficiência energética dos edifícios não pode ser cega à realidade do próprio edifício, sendo até de equacionar a possibilidade da classificação dos edifícios alvo de uma profunda intervenção de reabilitação poderem, vir a receber majorações nesta matéria.

Estas majorações jamais poderão distorcer a realidade da eficiência energética dos edifícios, mas devem ter em conta características próprias desses mesmos edifícios, nomeadamente no que toca à estrutura que tem de manter-se inalterável, muitas vezes responsável por uma classificação menos boa neste campo, desvantagem muitas vezes mais aparente do que real.
É que o reabilitado também merece poder chegar à letra A

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 7 de Julho de 2010 no Diário Económico

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