A Economia terá melhores perspectivas de recuperar se souber olhar para o sector da Construção e do Imobiliário. Eis uma lição a retirar do seminário que a Associação dos Industriais da Construção Civil e das Obras Públicas (AICCOPN) organizou há dias, no Porto, com a presença, entre outros, dos ex-ministros Miguel Cadilhe e Mira Amaral e de Fernando Medina, Secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento.

Esta afirmação do associativismo empresarial como um dos pilares da sociedade civil dá, ao próprio Estado (que afinal somos todos nós e não apenas quem ocupa lugares na administração do Estado), mais força e eficácia, mesmo quando este parece ser menos Estado. É que, todos somos poucos para encontrar as soluções mais adequadas ao nosso desenvolvimento e poucos possuem a sensibilidade dos empresários, mais atenta a evitar que a eficácia de muitos dos nossos investimentos não se esfume, por exemplo, pela ausência dos trabalhos grosso modo denominados “last mile”.

Que importa que haja um gasoduto de milhares de quilómetros se faltarem os metros finais que fazem chegar o gás a casa dos consumidores? Há grandes obras que se transformam em verdadeiros elefantes brancos por não terem sido complementadas por obras menos grandes, mas que lhes dariam a eficácia própria dos chamados projectos “last mile”. E estes, são obras como as de ligação das auto-estradas aos centros urbanos, entre outras. Projectos que ajudam a relançar um sector e até uma economia.

Reflectir sobre tudo isto é uma urgente obrigação.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 5 de Março de 2011 no Expresso

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