O verbo encaixar, conjugado pela positiva, ganhou neste primeiro trimestre de 2014 um significado muito especial com o encaixe líquido de 22,4 milhões de euros de lucro por parte da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que assim começa a recuperar do prejuízo de 36,4 milhões de euros registado no período homólogo de 2013.

O regresso do banco do Estado aos resultados positivos, após dois anos seguidos de prejuízos é, realmente, uma boa notícia, mais a mais sendo um resultado alcançado sem recurso a engenharias financeiras que ajudassem nessas contas de forma extraordinária e consequentemente pouco sustentável.

O Presidente da CGD, José de Matos, disse, em declarações tornadas públicas, que os lucros obtidos, bem como a melhoria da situação financeira da própria Caixa, resultam essencialmente de melhorias verificadas nas margens financeiras, dos resultados destas operações, dos resultados líquidos da atividade internacional, nomeadamente em Espanha, e da contenção de custos.

Presidente da Comissão Executiva do Grupo CGD sublinhou mesmo que tais lucros não resultam da venda, a um grupo chinês, da seguradora Fidelidade, embora tenha reconhecido que esta operação, já concretizada, finalizada e totalmente liquidada,  irá ter um resultado  positivo em sede de solvabilidade e dos rácios de capital do banco, bem como um impacto significativo nos resultados da Caixa no segundo trimestre e no final do ano.

A Caixa Geral de Depósitos é, aos olhos da população, principalmente da população menos atenta às nuances do mundo financeiro, um dos principais esteios do Estado Português, e até um apoio para os desafios sociais que Portugal enfrenta e que implicam o acesso mais generalizado a produtos e serviços financeiros, incluindo a microfinança, o empreendedorismo e a economia sociais.

A notícia do regresso da Caixa aos lucros é pois uma boa notícia pelos indícios positivos que tais resultados derramam sobre a nossa própria Economia mas, principalmente, pela confiança que renasce quando o banco do Estado, um dos tradicionais esteios da nossa sociedade, reaparece com a solidez e segurança que todos gostam de sentir nele.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 02 de junho de 2014 no Diário Económico

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