O elevado preço dos combustíveis líquidos em Portugal não resulta exclusivamente das taxas que o Estado cobra. Na verdade, os combustíveis em Portugal estão nos primeiros lugares, mesmo sem taxas, o que significa que o Estado não é o único mau da fita em matéria tão sensível para a nossa Economia.

Os preços sem taxas ou impostos são, em Portugal, mais elevados do que em muitos outros países da União Europeia, fator que será apenas positivo para os lucros das petrolíferas que operam no país, mas que é claramente desastroso, pois afeta quase todos os setores e industrias do mercado, inclusivamente o setor do Imobiliário e Construção.

A estratégia das marcas brancas e ou dos descontos não poderá ser ignorada mas não é solução à escala do país. É preciso lembrar que os preços da gasolina 95 e do gasóleo foram, em fevereiro, superiores numa média de 4,5% aos dos restantes países da União. Antes de impostos, repito.

Quando o Senhor Primeiro-ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, reconhece que o preço dos combustíveis não depende do Governo, como reconheceu há dias, está, implicitamente, a confirmar que outros valores mais altos se levantam para determinar este triste recorde nacional.

Neste quadro, entre a espada e a parede, ou seja, entre um Estado que não pode interferir no mercado e um mercado que dita as suas leis e penaliza brutalmente países como Portugal, de economia vulnerável, importaria saber quem é que pode fazer qualquer coisa para que isto mude.

Sem sombras de suspeitas de uma qualquer teoria da conspiração. Mas com ou sem ela, estes preços é que não podem continuar a subir.
 
Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 31 de março de 2012 no Expresso

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