A Finlândia, que é o país onde vive o Pai Natal com as suas renas, bichos que atingem altíssimas velocidades quando estão a puxar o trenó, onde o simpático velhinho de barbas brancas e fato vermelho transporta as prendas natalícias, a Finlândia vai garantir o acesso gratuito à Internet, numa ligação de banda larga, a todos os seus mais de 5 milhões de residentes.

Helsínquia é a primeira capital de um país da União Europeia a promover este salto qualitativo, uma medida até agora só adoptada pela Suiça. De acordo com o calendário aprovado para a execução desta benfeitoria, decidida por lei, até Julho de 2010, todos os residentes na Finlândia terão um acesso à rede no mínimo de um megabit.

Esta velocidade, considerada ainda relativamente reduzida, multiplicar-se-á por cem, num prazo de cinco anos, uma velocidade de cem megabits é a que, actualmente, se oferece para certas ligações efectuadas através de fibra óptica. Em Portugal, a generalidade das velocidades de banda larga comercializadas pelos diversos operadores variam entre 4 e 24 megabits .

Na Finlândia – registe-se – país produtor de uma das mais conhecidas e comercializadas marcas de telemóveis do Mundo, 66% dos lares possuem uma ligação à Internet em banda larga, uma percentagem muito superior à da média europeia, que é de 49%, e à de Portugal que fica pelos 39%, numa comparação feita em valores de 2008.

Esta oferta completa a já clássica e difundida oferta do chamado serviço wi-fi gratuito, ensaiado em muitas cidades portugueses que procuram ser cidades digitais, dignas deste nome, serviço que oferece a quem as visita e possui equipamentos portáteis com tecnologia Wireless, acesso gratuito à internet em regra nos principais e mais turísticos locais da cidade.

Longe vão os tempos em que se podia ver, em certas zonas mais calmas de cidades também calmas, jovens que passeavam à noite pelas ruas, de computador portátil aberto, nitidamente à procura de uma rede wireless não codificada, que lhes desse boleia para um acesso gratuito à Internet. Antecipando os chamados choques tecnológicos e as infra-estruturas que os servem, indispensáveis para combater uma iliteracia informática,  cada vez mais equiparada ao velho analfabetismo de quem não sabe ler nem escrever.

Este Mundo é pequeno, mas requer o acesso à Internet em banda larga a preços simbólicos ou mesmo gratuitos para toda a gente, na exacta medida em que a Internet não é um luxo, indispensável para a domótica das nossas casas, mas um instrumento chave para o próprio desenvolvimento.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 30 de Outubro de 2009 no Sol

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