Portugal está na estrada, mostrando, entre outras realidades, que o imobiliário português é um porto seguro para o investimento interno e externo desde logo porque, objetivamente, todos os dados disponíveis sobre o sector contrariam a existência, entre nós, de uma bolha imobiliária.
País de arquitetos de renome e que fazem escola, Portugal viu, nas últimas duas décadas, como a riqueza em património construído pode crescer em quantidade, relativamente controlada e em qualidade tantas vezes de nível muito elevado, mantendo-se num limbo de esquecimento inexplicável.
Como muito bem se lê num site de promoção do turismo residencial português, o que crescemos nesta matéria foi sempre relativamente controlado, comparativamente a outros países da Europa. Nem excesso de construção, salvo um ou outro caso pontual, nem inflação de preços, fazem do nosso imobiliário um exemplo na Europa.
Mas sendo tudo isto rigoroso e comprovável (Portugal ocupa a 26ª posição, entre 38 países europeus no ranking dos preços dos imóveis das principais cidades), o que significa uma oferta de qualidade a um preço altamente competitivo, a verdade é que, Portugal, cuja imagem de país de bom acolhimento é inegável, ainda não se tornou conhecido por esta oferta única.
Única não só pela qualidade mas igualmente pela localização, pelo clima social e meteorológico que nos caracteriza e pela nossa reconhecida abertura aos outros. É precisamente isto que temos de ir dizer para a Estrada.
Com alguns meios e algumas boas vontades disponíveis (embora nem todos quantos podem acrescentar valor nesta promoção de Portugal tenham já sido mobilizados para esta missão), num voluntarismo louvável que encontrou eco no próprio ministro da Economia, escolhemos Londres como primeira etapa da digressão.
Os ingleses sempre foram um dos nossos públicos alvo em matéria de turismo residencial. Infelizmente, não tão determinantes assim, em especial se também quisermos cativar a chamada classe média, indispensável ao relançamento de qualquer Economia.
O imobiliário que podemos oferecer num quadro de turismo residencial passa precisamente por esta classe média, muito mais do que pelas potenciais procuras na chamada classe alta, cujos mecanismos de escolha são mais sofisticados.
O trabalho de pensar esta digressão pela Estrada da nossa oferta imobiliária com características para o turismo residencial deve contemplar também aquele público alvo que está disponível para adquirir um apartamento de férias por valores inferiores a 200 mil euros.
Este público existe, vive nas economias emergentes, da Europa, das Américas, de África, e, principalmente, é um público que arrasta amigos da mesma esfera social. Este é o público que temos de tentar encontrar na Estrada que começamos a trilhar.
Luís Lima
Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP –
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 04 de março de 2013 no Diário Económico