Os recentes números rigorosos do Eurostat, o gabinete comunitário de estatísticas, relativos aos preços das casas na Europa confirmam plenamente o que vinha dizendo, há muito tempo, com base na percepção que naturalmente tenho deste mercado, a que, por obrigação profissional e associativa, devo estar mais atento.

Lê-se nos mais recentes valores do Eurostat que o preço das habitações em Portugal registou uma descida homóloga de 0,6% no quarto trimestre de 2013, a menor registada durante o ano passado, e subiu 1,4% face aos três meses anteriores, números claramente muito favoráveis aos da média da Zona Euro e de alguns mercados mais concorrenciais.

O preço das habitações na zona euro caiu 1,4%, entre Outubro e Dezembro de 2013, uma queda particularmente acentuada na Espanha, com valores de -6,3%, o que coloca o país vizinho no pódio das piores descidas, entre a Croácia, com -4,4 % e o  Chipre com – 9,4%.

Já não me sinto sozinho a defender o imobiliário português como uma oferta apetecível para a procura de muitos investidores tradicionais, estrangeiros ou nacionais, até comparativamente com outros mercados que sempre tiveram aquilo a que se chama uma boa Imprensa, ao contrário do nosso.

A tendência em Portugal aponta para a valorização consistente do valor do imobiliário. A desvalorização ocorrida no passado foi, como sempre defendi, artificial e provocada por interesses ocultos e à revelia da própria situação do mercado – não havia bolha imobiliária, a qualidade da nossa construção sempre foi alta, nada justificava o que se passou… Uma situação que felizmente, está a ser corrigida.

O desafio atual reside na nossa capacidade de promovermos esta nossa oferta de qualidade, uma oferta onde cabem casas solarengas a Norte, quintas em regiões como a Demarcada do Douro, imóveis centenários em cidades com História e vocação turística como o são Lisboa e o Porto, além de 700 quilómetros de praia e de um clima ameno.

Talvez agora, com os números sobre os preços das casas e sobre o comportamento dos mercados imobiliários na Europa que o Eurostat tornou público, haja mais gente a acreditar que o nosso imobiliário está a consolidar-se como um investimento seguro para quem fugiu de outros investimentos que a crise de 2008 revelou serem voláteis.

Em Portugal vendemos casas de boa e muito boa qualidade, não vendemos passaportes, ou vistos de residência e nacionalidades atribuídas à pressa a gente rica, como alguns, de boa ou de má fé, continuam a propagandear numa verdadeira denúncia caluniosa, denegrindo alguns projetos que têm vindo a revelar-se muito importantes para a nossa Economia

A recuperação da nossa Economia não pode viver exclusivamente das exportações, mas as “exportações” que o imobiliário português pode gerar, pela captação de investimento estrangeiro, arrasta outro dinamismo à Economia que não apenas – e já não é pouco – o de reanimar a confiança interna.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 16 de abril de 2014 no Público

Translate »