Na passada semana, mais precisamente entre os dias 5 e 7 de dezembro, marquei presença na sétima edição do Encontro Internacional de Turismo de Cabo Verde (VII EITU), que decorreu na cidade da Praia, numa iniciativa da Câmara de Turismo de Cabo Verde (CTCV) promovida em parceria com o Governo e a Associação Nacional de Municípios Cabo-verdianos.

Este evento que visou o debate sobre o futuro e os desafios do sector do turismo em Cabo Verde, um sector da maior importância para o país e que representa cerca de 21% do Produto Interno Bruto, contou com a presença de Sua Excelência do Senhor Presidente da República de Cabo Verde, Dr. Jorge Carlos Fonseca, que na sessão solene de abertura realçou a necessidade de promover um sector turístico assente na diversidade e, sobretudo, na oferta de qualidade que vá ao encontro daquilo que o turista quer e procura, recolhendo também os exemplos dos casos de sucesso internacionais e adequando-os ao país, tendo em conta as óbvias assimetrias entre os Países.

Foi neste âmbito que fui honrosamente convidado pelo Presidente da CTCV, Dr. Gualberto do Rosário, para participar como orador deste evento e para falar sobre as causas que explicam o sucesso recente de Portugal no domínio do imobiliário turístico, um caso que é considerado um verdadeiro sucesso além- fronteiras e que tem tido um efeito multiplicador na economia do País, funcionando como motor do mesmo e criando emprego nas mais diversas áreas adjacentes ao sector imobiliário, num debate rico que promoveu a multiplicidade de opiniões.

No entanto, eu que lá fui falar do caso de sucesso do imobiliário turístico de Portugal como um exemplo, trouxe de Cabo Verde também um exemplo da importância indiscutível das parcerias e sinergias, ao testemunhar a assinatura de um Memorando entre o Governo Cabo-verdiano, mais especificamente do Ministério da Economia e do Emprego e a CTCV, cujo objetivo é de delegar na última mais responsabilidades e competências que lhe permitam expandir Cabo Verde como destino turístico além-fronteiras, através de uma estratégia assente na criação de soluções e alternativas diversificadas que possam fazer este sector que tanta importância tem para aquela economia, aumentando o número de visitantes nos próximos anos, que o Programa do Governo para o Turismo estima que ultrapasse os 1,5 milhões de visitantes até ao final da legislatura.

Uma nova política para o Turismo, que dê prioridade à segurança, melhoria das redes de transportes, aumento da oferta e da sua qualidade bem como da fiscalização, são as linhas que delineiam o plano estratégico que Governo e sector privado trabalharão em conjunto para dinamizar nos próximos anos.

Esta passagem de responsabilidades, que continua a contar com a vigilância do Estado, é exatamente aquilo que eu defendo que aconteça em Portugal com o sector que represento. 

Uma passagem de testemunho que nos permita, a nós agentes do mercado, ter um papel mais interventivo e de maior divulgação e regulação do sector, contribuindo desta forma para o seu crescimento, segurança e transparência, valorizando o papel do mediador imobiliário e do mercado para a Economia do país. Tudo isto, debaixo do “chapéu” do Governo, e num trabalho conjunta que beneficie, sempre, todas as partes.

Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado no dia 14 de dezembro de 2016 no Jornal Público

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