O ano de 2014 lança grandes expectativas na maioria dos portugueses, em especial para os que foram mais duramente atingidos pela crise financeira mundial, entre os quais se contam muitos dos que dependiam do sector imobiliário.

Muitos dos portugueses que o Presidente da República evocou na Mensagem de Ano Novo, nomeadamente os que estão, entre os 45 e os 65 anos, a viver o risco de não conseguirem regressar ao mercado de trabalho, apesar da experiência profissional que possuem, são oriundos do sector imobiliário.

Muitos destes só vislumbram alguma perspectiva de dias melhores neste sector, face às dificuldades de reaprendizagem de outros ofícios e à idade, um pouco avançada para começar tudo de novo, em especial num país onde a vida também está difícil para quem está a entrar no mercado de trabalho.

Formalmente, é verdade que a drástica redução dos padrões de bem-estar não atingiu a liberdade em que vivemos, mas se olharmos para os direitos de cidadania de forma abrangente talvez já não possamos dizer o mesmo. Há muitos portugueses a viver abaixo do limiar da pobreza.

Mas como sublinhou o Senhor Presidente da República, a solução que o nosso país procura e precisa passa pelo crescimento da nossa Economia, um crescimento que trave com urgência a austeridade que vimos sofrendo e que arrasa toda a nossa classe média e com ela o nosso mercado interno.

Esse desejável e indispensável crescimento continua a passar pelo sector imobiliário, em especial pela Reabilitação Urbana das nossas principais cidades, instrumento indispensável para a dinamização do mercado de Arrendamento Urbano e também para a projeção do nosso imobiliário turístico, que muito contribui para a internacionalização do sector e para a captação de investimentos estrangeiros.

Isto é reconhecido há muito e há muito que devia ser aproveitado para fazer com que este sector volte a contribuir, como muitas vezes contribuiu, para o crescimento e para o desenvolvimento do país. Situação que não se compadece com os velhos pecados de transformar este sector numa fonte inesgotável de receitas fiscais, por exemplo pela via do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 06 de janeiro de 2014 no Diário Económico

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