2017 já arrancou, e o início de um novo ano é sempre sinónimo de balanços e projeções sobre os doze meses que se seguem no calendário. E de acordo com as perspetivas que se apresentam, Portugal reúne muitas condições para ter um ano positivo.
O ano que passou foi, todos sabemos, de afirmação para o sector imobiliário português, que se tem mantido numa reta crescente desde o final de 2013, numa retoma que está já estabelecida.
O nosso mercado mantém-se agora na rota da internacionalização, beneficiando do facto de Portugal estar – indiscutivelmente – na moda.
Várias publicações internacionais da área do turismo têm recomendado aos seus leitores que coloquem Portugal na lista de destinos favoritos. A “Travel+Leisure” diz que foi o destino do ano 2016, a “Condé Naste” publica que será o melhor destino de 2017, bem como o “The Huffington Post” ou a “Bloomberg” entre muitos outros media estrangeiros que têm divulgado as características e qualidades do nosso país. Os motivos que se apresentam são dos mais diversos.
Se por um lado vemos um crescimento do turismo feito por jovens, que chegam sobretudo através das companhias aéreas low-cost que muito democratizaram o turismo na Europa através dos baixos preços praticados, por outro assistimos também a um crescimento do turismo de pessoas mais velhas e seniores, que procuram mais o descanso, a gastronomia e as vantagens do clima e segurança que se vive no país.
E na mira dos estrangeiros fica também o sector imobiliário português, que se apresenta como um destino seguro para investimentos devido à sua credibilidade e potencial de valorização. Um investimento que muita falta nos faz e que contribui de forma muito positiva para a criação de emprego e para a recuperação Económica do País.
Não há dúvida de que o casamento entre o turismo e o imobiliário é um casamento feliz, que muito tem beneficiado ambos os setores, e cuja ligação não podemos separar.
O Turismo passou a ser um atrativo para investidores imobiliários que também apostam na reabilitação urbana, em pequenos hotéis e hosteis nos centros das cidades, em edifícios reabilitados e desenhados de forma a que possam servir como residências temporárias dirigidas para o turismo e, posteriormente, em frações habitacionais para eventual habitação própria ou mercado de arrendamento urbano.
Para 2017, e tendo em conta as perspetivas das publicações internacionais, o sector imobiliário reúne todas as condições para que se continue a registar a evolução positiva que tem vindo a assinalar-se, havendo potencial para trabalhar no sentido de distribuir o investimento neste segmento pelas diferentes regiões do País.
No entanto, é necessário que este mercado possa funcionar sem sobressaltos que possam afetar negativamente a confiança e a credibilidade que o mercado imobiliário deve dar a quem nele procura investir, nomeadamente no que diz respeito ao financiamento ao investimento por parte do sector financeiro, e no que à carga fiscal diz respeito.
A dinâmica que começa no investimento e acaba na recuperação das nossas cidades, inclui mercados como o arrendamento urbano e o alojamento local que muito têm contribuído para nossa retoma imobiliária. Um ciclo em que ainda há espaço para crescer.
Luis Lima
Presidente da APEMIP
presidente@apemip.pt
Publicado no dia 11 de Janeiro de 2017 no Público