Portugal está no pódio dos países cujas propriedades imobiliárias são mais procuradas por compradores estrangeiros de todo o Mundo. A subida do interesse por Portugal contrasta com a quebra verificada na França, neste campo ultrapassada por Portugal, e está em contra ciclo com o país que ainda mais atrai a procura – os Estados Unidos da América – mas que tem vindo a perder terreno.

Neste ranking, a Espanha está muito bem posicionada, em grande parte pela locomotiva que a oferta imobiliária existente nos arquipélagos das Canárias (junto à costa ocidental de África) e nas Baleares (em pleno Mediterrâneo) gera na procura internacional de segundas habitações, destinos cuja concorrência portuguesa está essencialmente centrada no Algarve, no Alentejo (costa e interior) e nas grandes cidades, com Lisboa no top.

De acordo com o site global themovechannel.com, Portugal é o 3º país mais procurado pelos compradores estrangeiros interessados em adquirir casa, numa subida que o próprio site considera histórica, destino só superado pelo dos Estados Unidos e pelo da Espanha. Nos primeiros dez países mais procurados estão ainda destinos como os da Itália, da Tailândia, das Bahamas, ou do Brasil.

Um dado curioso destes números é o que indica que a própria procura francesa por destinos de férias e de segunda habitação para férias está crescentemente a olhar para a Europa Ocidental, ou seja, na localização francesa, para a Espanha e para Portugal, o que corresponde a um desvio significativo face a tendências anteriores.

O crescente interesse da procura francesa pelo nosso imobiliário é há muito visível entre nós. Em parte desencadeado pelo regime fiscal português dos residentes não habituais, um clássico regime territorial, semelhante a outros regimes existentes noutros países europeus como o Reino Unido ou a Suíça, que inclusivamente atrai profissionais liberais que podem exercer a respectiva atividade em qualquer parte do Mundo desde que tenham acesso às modernas tecnologias de informação bem como cidadãos que já se encontram na Reforma.

Isto, registe-se, apesar das incertezas ainda existentes em Portugal relativamente às mais valias aplicadas aos residentes não habituais. Entre nós ainda não é claro que prevaleça o princípio da territorialidade e que não sejam cobradas mais valias de fonte estrangeiro, situação que merecia um esclarecimento cabal que ajudaria a consolidar esta tendência relativamente à nossa oferta imobiliária.

A adopção, entre nós, de uma política fiscal inteligente, nesta como noutras matérias, poderá reforçar e consolidar o interesse estrangeiro pelo nosso país, atraído pelo nosso Sol e pela amenidade da nossa hospitalidade e da nossa forma de integrar quem chega de fora. Estas políticas são também vetores fundamentais para consolidar, de novo, o imobiliário português como uma das locomotivas da nossa recuperação, pela via da captação de investimento estrangeiro, ou seja, como gosto de referir, pelas exportações portuguesas que vão ficando por Portugal.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 19 de setembro de 2014 no SOL

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