Rudolph Giuliani, o político que estava à frente da cidade de Nova Iorque quando esta foi alvo dos brutais ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, participou, há dias, na Cimeira do Turismo Português, deixando-nos um testemunho impressionante que merece alguma reflexão.

Quando chegou à Câmara de Nova Iorque, a cidade era uma referência entre as cidades americanas com problemas de criminalidade, com um claro prejuízo do desenvolvimento das muitas potencialidades turísticas que a Big Apple (Grande Maçã) sempre teve.

Eleito mayor de Nova Iorque, em 1993, limpou a imagem de cidade dominada pelo crime com policiamento de proximidade, projectando-a como um local bom para viver e para visitar,  num esforço concertado de publicidade directa e indirecta, no caso pelo incentivo à produção de filmes localizados na Big Apple.

O número de população residente e de turistas aumentou significativamente, consolidando uma imagem muito positiva de metrópole do Mundo, o que também facilitou a difícil e dolorosa recuperação do ânimo da cidade, na sequência dos criminosos ataques às Torres Gémeas em 2001 .

Por maioria de razões, do outro lado do Atlântico, Lisboa, com as suas brisas de maresia quase mediterrânica, na aristocrata Europa, tem tudo, ou quase tudo, para se afirmar como um destino turístico de excelência e uma cidade de sonho para viver. Lisboa e Portugal, em quase toda a sua extensão.

Ninguém associa Portugal ao crime ou ao terrorismo. Pelo contrário, quando se pensa em Portugal – o que é raro – pensa-se num local onde há gente boa e hospitaleira, um clima agradável, bons vinhos e boa comida. Tudo isto, aliás, muito barato se compararmos os preços com os do resto da Europa.

O problema – como disse Giuliani – é que, raramente se fala ou pensa em Portugal. Agora, que anda nas bocas do Mundo por causa da dívida soberana, até é um bom momento para promover o país pela positiva.  De facto, falta que falem mais de nós, nem que seja a dizer bem.

No plano do relançamento turístico de Portugal, não faltará, apenas e só publicidade eficaz, como dizem alguns especialistas que gostam do nosso país,  mas a publicidade é fundamental para ganhar parte de um bolo, o do crescimento do turismo em 2011, que parece vir a ser mais elevado do que inicialmente previsto.

O desafio de fazer da nossa capital, da cidade do Porto e de outras cidades e regiões (Guimarães, por exemplo, é uma das escolhas da imprensa de referência de Nova Iorque) destinos turísticos mais visíveis e mais procurados, talvez careça de novos paradigmas de actuação nesta área. Mas é urgente para a recuperação económica e nós, sector imobiliário, estamos nessa frente.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 28 de Janeiro de 2010 no Sol

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