Fundada em Paris, no ano de 1948, Federação Internacional dos Profissionais do Sector Imobiliário, cuja sigla FIABCI foi obtida pelas iniciais do nome da organização em francês – Fédération Internationale des Administrateurs de Biens et Conseils lmmobiliers – congrega mais de uma centena de associações imobiliárias nacionais de 60 países.
A FIABCI é uma instituição com o estatuto de consultora (equipada a Organização não Governamental) do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), que reflecte de forma global todas as questões que se colocam ao desenvolvimento dos mercados imobiliários em todo o Mundo.
O 61º Congresso do FIABCI em que, recentemente participei na Indonésia, chefiando uma delegação da APEMIP; permitiu, como era de esperar, uma frutuosa discussão de novas ideias para o desenvolvimento do sector imobiliário a nível global, nomeadamente nas zonas em que a crise financeira mundial se está a fazer sentir mais.
A discussão no seio da FIABCI é verdadeiramente pluridisciplinar, já que, esta federação congrega profissionais de todas as áreas do saber que, directa ou indirectamente, se relacionam com o imobiliário, dos promotores e construtores aos comerciais, dos advogados aos arquitectos.
A globalidade desta Federação – a que a APEMIP pertence como principal organização portuguesa – afere-se, pelo número de línguas oficiais da própria organização, num total de cinco, a saber, o Inglês, o Francês, o Alemão, o Espanhol e o Japonês.
Muitos consideram a FIABCI como a verdadeira organização das Nações Unidas do Imobiliário, o que transforma os seus congressos anuais em autênticas assembleias gerais plenárias, num exercício quase tão diplomático como o que preside à própria Organização das Nações Unidas.
Tendo como base de actuação princípios chave como os que defendem que todas as parcerias, entre público e privado, nomeadamente aquelas que passam pelos sectores académicos, devem orientar-se no sentido do benefício do público consumidor.
Isto, num quadro económico em que o direito à propriedade, nomeadamente à propriedade imobiliária, é um dos pilares das economias que fazem mover as democracias, como aliás a História recente nos ensina e prova, potenciando o próprio sector imobiliário como um sector fundador dos modernos Estados de Direito.
Neste contexto, foi muito fácil à delegação da APEMIP que tive a honra de chefiar no 61º Congresso da FIABCI, contribuir de forma muito positiva – passe a imodéstia – para o bom êxito dos trabalhos, como aliás o comprova as responsabilidades acrescidas que a própria APEMIP trouxe de Bali, no âmbito da actuação da Federação na Europa.
Uma presença portuguesa condigna no quadro da diplomacia económica que, hoje, marca a própria recuperação das economias, nomeadamente neste sector da Construção e do Imobiliário que tem de procurar negócios e investidores em todo o Mundo, e, não esperar que os negócios descubram o melhor local para se concretizarem.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 02 de Junho de 2010 no Público Imobiliário