As dinâmicas que se geram no mercado imobiliário pela positiva projeção de um salão temático como o Salão Imobiliário de Portugal (SIL), hoje o único grande evento do sector a acontecer entre nós, beneficiam, direta ou indiretamente, todos quanto trabalham neste mercado, mesmo aqueles que duvidam da importância da internacionalização do nosso imobiliário na singela convicção dos que limitam o mercado a vender cá aos que são de cá.
A projeção que a internacionalização do nosso imobiliário gera, pela captação de investimentos estrangeiros neste sector, seja pela pioneira ação desenvolvida com a criação da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), sejam pelas pontes entretanto lançadas a outros mercados, de que o chinês é o exemplo mais significativo, é fundamental para manter e acalentar o clima propício ao negócio, mesmo no mais recôndito cantinho de Portugal.
Isto para não falar da importância que a captação de investimento estrangeiro tem para a recuperação da nossa Economia, recuperação que implica a reanimação do mercado interno e, consequentemente, outras condições para que a procura interna no mercado imobiliário possa voltar a poder encontrar-se com a oferta existente, conseguindo um acesso ao crédito que agora lhe escapa, mesmo considerando a necessidade de maior rigor na concessão de crédito.
Ir ao Salão Imobiliário de Portugal nesta edição de 2013 marcada pela importância da internacionalização e pela importância do mercado da lusofonia, não é estar de serviço a fazer vénias aos potenciais investidores estrangeiros, rogando pragas à concorrência quando julgamos que esta terá cativado um qualquer estrangeiro que nem sequer olhou para nós. Estar no SIL 2013 é, essencialmente, a dar força à real sustentabilidade do nosso imobiliário, contra, por exemplo, aqueles que apostam na sua forçada e injustificada desvalorização.
Esta maneira de olhar o mercado é, a meu ver, a que mais o defende e a mais adequada para quem tem responsabilidades no movimento associativo empresarial do sector e, sem perder de vista os interesses empresariais que representa, sabe conjugá-los com os interesses da Economia portuguesa, ou seja, com os interesses dos portugueses nossos clientes, incluindo aqueles que adquiram casa própria há muito, que não estão interessados em mudar de casa, mas que também serão prejudicados se, pela nossa omissão, a desvalorização forçada desta nossa riqueza se acentuar.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 28 de Setembro de 2013 no Jornal de Notícias