É suposto que as gruas estejam sempre onde são necessárias, sendo igualmente certo que é difícil esconder uma grua que não está a ser utilizada. É assim, na Europa, pelo menos desde o fim da II Guerra Mundial, ou seja, desde o grande movimento de reconstrução de cidades devastadas pelo conflito.
Hoje, esse movimento tem paralelo na Reabilitação Urbana das principais cidades, um mercado que entre nós está a crescer e que tem promessas de apoios significativos em sede de inclusão de fontes de energia alternativa para os próprios edifícios, como condição da sustentabilidade da própria construção.
Este movimento é fundamental para o sector da Construção e do Imobiliário, um dos mais atingidos pelo desemprego e pelo desemprego de longa duração entre trabalhadores de menor formação profissional e de idade média suficientemente elevada para dificultar o reingresso no mercado de trabalho.
Este movimento é fundamental para absorver o previsível retorno de muitos trabalhadores do sector que tiveram de emigrar para continuar a trabalhar nas artes que dominam mas que agora, face às conjunturas dos países que os acolheram, não têm mais condições (leia-se trabalho remunerado) para continuarem no estrangeiro.
Felizmente que há, mesmo que ainda modesto, um certo regresso das gruas aos centros de algumas cidades. O país não precisará de voltar a ser um enorme estaleiro de obras de Norte a Sul, mas ainda há trabalho para muitas gruas como passou a ser visível e não apenas pela imagem destas máquinas a recortar muitos céus.
É que a par das gruas também estão a regressar promoções atrativas de muitos projetos imobiliários, a nascer de novo ou a renascer em espaços que estão a ser alvo de intervenções profundas e especializadas no âmbito de Reabilitações Urbanas em espaços de referência como o referido no PDM de Lisboa com o nome de “zona de quintas históricas”.
São sinais como estes que mostram como o sector imobiliário está a reocupar o seu lugar na primeira linha da frente da Recuperação Económica do país. O que exige do próprio sector um crescente empenho, nomeadamente em sede de formação. O país imobiliário está a mover-se.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Publicado no dia 02 de Janeiro de 2016 no Diário Económico