As anunciadas e recentes medidas de dinamização do mercado de arrendamento urbano e do mercado da reabilitação urbana assumiram-se como um sinal de esperança para o sector e para a Economia pelo que são, realmente, decisões inadiáveis.
Assumidas para dar mais confiança aos investidores e ao mercado são medidas consensuais que atravessam a vontade dos principais partidos, atrevendo-me mesmo a admitir que algumas delas colham o pleno das opiniões representadas no Parlamento.
Como ainda há pouco aqui sublinhava, o caminho que se abre nesta área é, realmente, o de uma Primavera para o sector da Construção e do Imobiliário, tanto mais importante quanto paira, sobre a nossa Economia, o espectro de uma série de longos invernos.
Importa, por isso, que a difícil situação que o país vive, sob escrutínios legítimos e ilegítimos, resista a agravar-se na tentação de um compasso de espera natural e compreensível num processo eleitoral, mas incompreensível quando o que está em causa une e é urgente.
Pior do que a inimizade entre o bom e o óptimo é o calculismo que pode instalar-se entre inimigos íntimos que disputam os mesmos amores, sejam eles os favores do eleitorado sejam eles a compreensão dos aliados mais bem posicionados e poderosos.
É por tudo isto que há decisões inadiáveis, é por tudo isto que importa nunca perder de vista aquilo que todos dizem, querem e devem ter – um verdadeiro sentido de Estado, ou seja, a lucidez de não hesitar no que deve ser feito independentemente de quem o manda fazer.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
Publicado dia 6 de Abril de 2011 no Diário Económico