Uma revista de viagens que se publica em castelhano e é uma referência mundial para viajantes dos segmentos médio e médio alto elegeu Portugal como melhor país do Mundo para visitar, numa escolha final entre 24 países previamente selecionados para essa categoria.

O prémio atribuído a Portugal, que ultrapassou destinos turísticos tão significativos e firmados como são o Brasil, os Estados Unidos ou a Índia, para citar apenas três do universo dos 24 países finalistas, realça a variedade de oferta turística portuguesa, além do clima, da hospitalidade e da gastronomia.

Neste retângulo ibérico de 850 por 250 quilómetros, a que se juntam os arquipélagos dos Açores e da Madeira, a diversidade da oferta turística é enorme sendo, quase toda ela, genuína e pouco trabalhada, autenticidade que é uma vantagem num mundo globalizado também neste sector do turismo.

Tudo isto é reconhecido por quem nos visita e deixa deslumbrar-se pela existência deste quase exótico, pela raridade, destino turístico, um destino tanto mais surpreendente quanto surge no extremo mais ocidental da Europa, última escala firme de quem demanda a América do Norte.

A revista realça, por exemplo, os Açores como um dos mais belos destinos turísticos que valem pela natureza preservada (três das nove ilhas açorianos – Corvo, Graciosa e Flores – fazem parte da reserva da biosfera)  bem como a cidade de Coimbra, sede de uma das mais antigas universidades de Europa e do Mundo.

Coimbra, cujo núcleo central universitário foi recentemente classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, é um destino turístico de excelência cuja promoção está muito longe do que merece, pode  e deve ser projetado, além de afirmar como a Universidade de Portugal, sem menosprezo para outras universidades, de outras cidades, de idêntica valia científica e cultural mas de menor impacto turístico.

Mais uma vez, com a escolha de Portugal, pela revista Condé Nast Traveler, como melhor país do Mundo para se fazer turismo, são os estrangeiros quem nos promove, muito mais do que nós próprios, tantas vezes descrentes das nossas mais enormes potencialidades como país de eleição e como povo que sabe, como poucos, receber bem.

E receber bem, com autenticidade e sem abdicar da nossa matriz identificadora no contexto atual da globalização, particularmente sentida neste sector, onde existem cadeias mundiais hoteleiras que garantem a mesma ementa e a mesma carta de vinhos em qualquer das unidades hoteleiras espalhadas pelos quatro cantos do Mundo, ser assim positivamente diferente é algo de que nos podemos orgulhar e algo que pode traduzir-se em vantagem económica.

A nossa autenticidade, que não deve confundir-se com singeleza nem subserviência, tem, turisticamente um valor económico que deve ser aproveitado, além de ser, só por si, motivo de orgulho e razão mais do que suficiente para alimentar o nosso amor próprio, sentimento também necessário à recuperação que vimos perseguindo para cumprirmos a nossa obrigação de proporcionar a todos uma vida melhor.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 12 de Agosto de 2013 no Jornal i

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