Durante meses a fio, num exercício que sempre tentei desmontar, alguns fazedores de opinião tentaram desvalorizar o património imobiliário, dizendo que as casas valiam menos pelo simples facto dos bancos as avaliarem por baixo.

Hoje, com a mesma origem difusa das certezas que se propagam como boatos, diz-se que o preço das casas vai aumentar muito, alegadamente ao sabor de uma suposta tabela que o Fundo Monetário Internacional (FMI) nos quererá impor.

Eu, que não tenho particular simpatia pelo FMI e até alimento alguma desconfiança e receio pelo que essa instituição nos possa impor, sem ter um grande conhecimento da nossa realidade, não acredito que o nosso imobiliário seja assim tratado.

O que sabemos, e seguramente o FMI também sabe, é que, a reabilitação dos centros urbanos é uma das vias para a reanimação da Economia Portuguesa, com a vantagem de criar postos de trabalho perdidos e de travar a degradação do património construído – uma clara riqueza nacional.

Uma solução na linha do preconizado por técnicos das Nações Unidas que, logo após a crise do subprime do Verão de 2008, começaram a defender o imobiliário como um dos vectores para o crescimento económico, desde que assumido com total transparência.

O FMI ou qualquer outra entidade que se assuma como salvadora desta Pátria, só será credível se ratificar e incentivar as soluções que o Governo, com o apoio da Oposição, lançou, recentemente, para a reabilitação urbana e para a reanimação do mercado de arrendamento urbano.

Nem oito nem oitenta.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 22 de Abril de 2011 no Expresso

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