Numa impressionante prova de vida, a encher a sala Tejo do Pavilhão Atlântico em Lisboa, o sector do imobiliário e da construção fez ecoar, a uma só voz, os avisos à navegação que, individualmente, alguns de nós, entre os quais me incluo, têm vindo a lançar em nome dos interesses da Economia portuguesa, ou seja, dos portugueses e de Portugal.

Hoje, neste sábado, véspera do Dia de Portugal, estamos todos vidrados no jogo que a Seleção Nacional de futebol irá disputar com a Seleção Alemã, o primeiro da equipa portuguesa no Campeonato Europeu de Futebol que ontem se iniciou em Varsóvia, no encontro inaugural que opôs a Polónia à Grécia.

Mas o campeonato que toda a Europa tem de disputar e vencer, na cooperação entre os países membros, com particular destaque para os da União Europeia e para os da Zona Euro, é, seguramente, o campeonato do crescimento, da sustentabilidade, do equilíbrio económico entre os países que integram este nosso espaço de referência civilizacional ímpar.

Na terça-feira passada, enchemos a Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, e sublinhamos com fortes aplausos todos aqueles que, projetados em ecrã gigante, foram dizendo isto mesmo e lembrando as dívidas do Estado ao sector, a âncora que o sector é no emprego, na criação de riqueza ou no desenho das cidades onde mais desejamos viver.

Implicitamente, os mais de dois milhares de empresários do sector que estiveram no Pavilhão Atlântico, na estimativa experiente dos media, disseram, por exemplo, alto e bom som, que o país não pode esperar mais pela prometida e verdadeira dinamização do mercado de arrendamento urbano ou pela prometida Reabilitação Urbana.

Dizendo que as hesitações em torno da adoção de uma taxa liberatória, para os rendimentos obtidos no arrendamento ou em torno da adoção de legislação que previna o bom cumprimento dos contratos de arrendamento, são compassos de espera que podem revelar-se fatais para o nosso futuro.

O sector faz parte da solução de uma crise que, ao contrário do que muitos tentam insistentemente dizer, não foi despoletada por este mesmo sector. Tampouco a ideia de que a construção está acabada e chegou ao fim é justa. Nem sequer a construção de obra pública, incluindo a de infraestruturas que não se esgotam, como alguns dizem, nas autoestradas.

Avisos sérios a que urge dar bom acolhimento, para o bem de todos nós.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado dia 9 de junho de 2012 no Jornal de Notícias

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