Num Mundo em que a indústria dos tempos livres e do turismo continua a ser uma das indústrias com futuro (pese embora as crescentes exigências, nomeadamente em matéria de segurança, que Portugal, por variadíssimas razões, tem sabido responder muito satisfatoriamente), neste cenário, o triângulo Imobiliário, Municípios e Turismo é realmente um triângulo potencialmente virtuoso.
Já o defendo há muito e foi como que a fazer uma revisão da matéria dada que assisti e participei, no passado sábado, num Encontro de Mediadores Imobiliários da Região Centro, promovido no emblemático Grande Hotel do Luso pela Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) a que presido. Emblemático e cheio de história Hotel do Luso mas também um hotel excelentemente localizado neste contexto.
Hoje, num Portugal onde o Turismo ligado ao Imobiliário e – reconheça-se – também à Reabilitação Urbana já colocou a cidade do Porto no mesmo patamar da cidade de Lisboa e do Algarve em matéria de atração de turistas e de investimentos, a descoberta de novas geografias, ainda não saturadas, é uma opção de crescimento e desenvolvimento locais.
Como foi dito no Luso, num encontro que reuniu autarcas, gestores da banca e gente ligada ao Turismo e ao Imobiliário, a oferta mobiliária de qualidade com valências turísticas pode não esgotar-se, felizmente, naquelas mais clássicas localizações portuguesas, outrora detentoras quase exclusivas dessa capacidade de atração de investimentos.
Neste Mundo com “M” de mercado – expressão feliz que já foi lema de um dos vários seminários que nos últimos anos a APEMIP tem vindo a promover sobre o tema do Imobiliário e das suas ligações ao Turismo Imobiliário – nós, portugueses, não nos julgamos o centro do Mundo mas sabemo-nos um dos bons destinos para quem corre Mundo a passear ou a procurar bons locais para investimento.
Saber interpretar as tendências deste mercado turístico – que tem enorme potencial, que é alimentado por um público de elevado poder de compra e que olha para as viagens turísticas como um processo que visa o desenvolvimento humano, um público também crescentemente preocupado com problemas ambientais e exigente em matéria de conformo tecnológico – saber interpretar estas tendências pode ser, para muitos municípios, a solução para as estratégias de crescimento e de desenvolvimento que procuram.
O imobiliário que saiba afirmar-se neste contexto, captando capital estrangeiro que gosta de investir neste sector, pode e deve associar-se aos esforços que muitos municípios tem vindo a desenvolver, além fronteiras, em ações de city marketing que projectem e consolidem a nossa boa imagem neste Mundo com “M” de Mercados também neste sector.
Olhando melhor para o triângulo virtuoso que levou alguns de nós, no último sábado, ao Luso – um triângulo cujos vértices correspondem ao Imobiliário, aos Municípios e ao Turismo – talvez apenas mude a ordem destas três palavras para evitar que a sigla correspondente a Imobiliário, Municípios e Turismo seja IMT, a mesma de um imposto sobre o património que já há muito não se justifica e dificulta estas estratégicas.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
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Publicado no dia 11 de Maio de 2016 no Público