Quando já se fala que os depósitos num banco podem deixar de ser remunerados e até justificar um pagamento ao próprio banco como contrapartida pela garantia de segurança que a banca oferece, equacionar o investimento em sectores como o do imobiliário, sector que no ano passado gerou um retorno médio de 12,1 (o valor mais alto desde o ano 2000), é um acto de inteligência financeira.
Está justificado o recorde verificado em 2015 no investimento estrangeiro no imobiliário português. Investir no sector em Portugal, principalmente no segmento chamado de retalho, é uma boa aposta, principalmente se comparada com outros investimentos clássicos como é o caso do investimento em acções e em obrigações. E o retalho imobiliário de referência não se esgota na Avenida da Liberdade em Lisboa ou na zona dos Clérigos no Porto.
Claro que isto anda tudo ligado. A Reabilitação Urbana, o Turismo Residencial, o claro regresso da banca à concessão de crédito para aplicações no imobiliário, os spreads a descer… Tudo ligado e tudo subjacente à ideia de que os bens imobiliários não fogem, nem são voláteis, mesmo quando os respectivos valores de mercado possam oscilar ao sabor dos ventos, mesmo no cenário das chamadas “imparidades” esse palavrão que sabemos potencialmente assustador.
Uma imparidade, nomeadamente uma imparidade em contexto da banca, é um valor registado que vem a mostrar-se inexistente ou muito inferior ao do registo inicial. Transferindo o conceito para uma esfera individual direi que uma imparidade é contar vender um quadro de pintor consagrado pelo valor que demos pela obra verificando que, afinal, ninguém nos compra a obra por esse preço e às vezes nem por qualquer outro preço, mesmo inferior.
Este mundo em que nos movimentamos está realmente cheio de imparidades, embora as que poderiam ter sido artificialmente insufladas neste sector, são cada vez mais raras, o que confere ao próprio sector um nível de confiança elevado. A esta segurança (que nem sempre foi tão fiável como é agora) juntam-se os elevados valores dos retornos dos investimentos no imobiliário, um sector que está, em Portugal, hoje muito mais maduro.
Isto é visível a olho nú por qualquer pessoa que saiba fazer contas básicas. Basta comparar o retorno que se obtém pelo arrendamento de um espaço (considerando todas as variantes, incluindo os impostos) com o que se obteria se o valor investido em tal bem estivesse depositado num banco. Isto para não comparar com outros investimentos potencialmente mais voláteis, nomeadamente em bens mobiliários.
Como ainda há dias li numa citação de um reconhecido e consagrado especialista nesta matéria, os investimentos em imobiliário – mormente no imobiliário português – estão a mostrar-se cada vez mais atrativos e seguros para os investidores, sobretudo quando avaliados numa lógica de longo prazo, oferecendo – cito então – uma rentabilidade “bastante atrativa” e apresentando “uma performance muito robusta”. A tal robustez que atrai.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 20 de Junho de 2016 no Jornal i