A internacionalização do imobiliário português está longe de ser uma espécie de venda de Portugal ao estrangeiro sendo, como é, um processo para captação de investimento externo centrado na aquisição de bens imobiliários no quadro do acesso à propriedade privada que vigora entre nós e sem que tal ponha em causa as nossas leis.

Tampouco as facilidades fiscais que são concedidas, por exemplo ao abrigo do Regime Fiscal para Residentes não habituais, podem ser vistas como ilegítimas ou reveladoras de uma “rendição” aos estrangeiros, na exata medida em que são compensações normais para consolidar a atração que temos junto de alguns mercados.

Quando um investidor estrangeiro fica encantado com Portugal ao ponto de estar disponível para adquirir no nosso país um bem imobiliário, Portugal não beneficia só dessa transação – alguém de fora que escolhe viver grande parte do seu tempo no nosso país está sempre a alargar a nossa visibilidade e  potencialmente a trazer mais gente de fora, mesmo que só para pequenas estadas.

A abertura aos outros, uma característica do nosso ADN de que nos orgulhamos desde a chamada Época dos Descobrimentos, também se manifesta na capacidade que temos de bem receber quem vem por bem, acolhendo e integrando entre nós todos aqueles que estão predispostos a deixarem-se integrar.

Esta faceta é, aliás, um dos aspectos que mais ajuda a consolidar esta frente de desenvolvimento da nossa Economia que a internacionalização do imobiliário português proporciona, sendo, por esta razão, um dos pilares do sector bem assumida pela Comissão Estratégica do Salão Imobiliário de Portugal, SIL 2015, a que volto a presidir com muita honra.

É assim que a Fundação AIP, sob cuja influência, através da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, o maior evento anual do sector se ergue, é assim que a Fundação AIP coloca o SIL 2015 de novo no centro de uma estratégia empresarial que vê na internacionalização um caminho para crescer.

Isto explica essa verdadeira ofensiva diplomática que o SIL 2015 vai desenvolver este ano, apresentando-se em Shangai, em Maputo, em Benguela, em Paris em Lyon e em S. Paulo, com o apoio da APEMIP e das Câmaras de Comércio e Indústria Franco Portuguesa e Luso-Chinesa, num on the road global do imobiliário português.

Em Maputo na quarta edição da Tektónica, na China na 13ª edição da Shanghai Overseas Property & Investment Immigration Show ou em França, em Salões do Turismo e do Imobiliário Portugueses já marcados para Paris e Lyon, (para citar apenas as etapas mais próximas) Portugal afirmar-se-á como país de bom acolhimento para os estrangeiros e para os investimentos estrangeiros que se apresentem de forma transparente.

Angola, em salões imobiliários já marcados para Luanda e para Benguela, e S. Paulo, no Brasil, neste caso no final do nosso Verão e nas vésperas da realização do Salão Imobiliário de Portugal, SIL 2015, são outros destinos da nossa ofensiva enquanto mercado imobiliário cujo oferta crescentemente está a impor-se.

Num ano de muitas decisões, esta vontade de fazer com que o nosso imobiliário cumpra, nesse on the road global, a vocação como sector que também “exporta” pode e deve ser decisiva.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 20 de Fevereiro de 2015 no SOL

Translate »