Em Portugal, onde já existiu uma licenciatura em Gestão e Mediação Imobiliária, homologada pela Direcção-Geral do Ensino Superior, as profissões ligadas a este sector voltam a ser atrativas e exigentes, neste tempo de tecnologias de informação avançadas, onde um escritório pode caber num computador portátil e onde a aquisição permanente de novos conhecimentos é incontornável.

A mediação é a via mais racional e eficaz para encontrar convergências, sejam elas políticas, sejam diplomáticas, sejam elas comerciais ou outras. Livremente, com o auxílio de um profissional devidamente habilitado e reconhecido como tal, as partes interessadas fazem convergir os interesses num acordo onde todos ganham. Quando há mediação, em qualquer esfera, há acordo na esmagadora maioria dos casos.

No plano específico do imobiliário, a mediação aproxima a oferta da procura, sendo até desejável que possa intervir antes da formação da própria oferta para que esta se gere tendo em conta a realidade concreta de determinada área geográfica, as necessidades da sua população e até o respectivo poder de compra. Isto exige destes profissionais saberes multifacetados capazes de responder à diversidade dos serviços que prestamos.

Por estes dias, tenho visto uma muito feliz campanha publicitária de uma das principais redes imobiliárias que operam em Portugal onde é dito – com toda a propriedade e justeza – que um agente imobiliário é muito mais do que um vendedor de casas, é um decorador, é um conselheiro financeiro e até, acrescento eu, um consultor jurídico ou um criador de espaços. Tudo isto sem esquecer os que sabemos que somos.

Promotores de empreendimentos, promotores turísticos, na área do residencial e dos resorts,  mediadores do retalho residencial, inerentes avaliadores de imóveis e dos investimentos imobiliários, somos profissionais indispensáveis ao mercado imobiliário que acrescentamos valor e segurança à transação imobiliária. Somos profissionais de trabalhos altamente qualificados e de crescente procura.

Só nos primeiros nove meses deste ano, o sector do imobiliário e da construção criou mais de nove mil novos empregos em Portugal. Uma média superior a mil empregos por mês. Os números são da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e refletem a importância desta fileira na recuperação económica do país.

Estas oportunidades de emprego cativam jovens vindos das engenharias, da arquitetura, do marketing, da comunicação, do design, e não necessariamente como última opção para pessoas que não estarão a encontrar saída nas áreas de formação inicial. As atividades ligadas ao imobiliário estão, em Portugal, a ganhar a dimensão e o prestígio que possuem em países como o Brasil, os Estados Unidos da América, a Itália…

Isto sem esquecer as oportunidades que se abrem noutras atividades que se desenvolvem em paralelo, atividades que passam pela gestão de arrendamentos, pelo alojamento local, pela gestão de condomínios. Sempre com um grau de exigência profissional mais elevado do que no passado, o que acabará por se refletir na própria competitividade do país.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 2 de Novembro de 2016 no Público

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