Ainda será cedo para falar nuns Estados Unidos da Europa mas, inesperadamente e para alívio de muitos, a última Cimeira Europeia veio dar força à ideia de salvar a moeda única e até Ângela Merkel, que alguns já classificavam de eurocéptica, reconheceu que defender o euro vale bem os sacrifícios que, em certos momentos, terão de ser assumidos.

No olhar atento que devemos lançar sobre o comportamento dos líderes de países importantes para a União Europeia, como é o caso da Alemanha, ressalta o reconhecimento, por parte da própria oposição alemã a Merkel, que a chanceler marcou a cimeira, conseguiu fazer valer algumas das vontades alemãs e, implicitamente, aceitou um caminho que levará à emissão de títulos de dívida europeia e ao aprofundamento da ideia de Europa.

Não poderemos falar num verdadeiro renascimento europeu, nem mesmo com as naturais limitações que Jean Monnet, um dos pais fundadores desta ideia de Europa, obrigatoriamente sentiu, mas podemos citá-lo nesta hora difícil e decisiva lembrando que, “mais do que coligar Estados, importa unir os Homens”. Terá sido isso que aconteceu na última cimeira europeia com Ângela Merkel a honrar, aparentemente, a vontade de outros líderes alemães verdadeiramente empenhados na Europa, como foi o caso de Helmut Kohl.

A defesa de uma moeda única comum a uma série significativa de estados é uma vantagem para países periféricos como Portugal e Grécia mas também para economias mais fortes e desenvolvidas como é a alemã. Isto interessa ao sector do Imobiliário pois o desenvolvimento económico, tal como o desejamos, passa muito por aí.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 30 de Julho de 2011 no Expresso

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