Há dias, mais precisamente na passada quarta-feira, o Diário Económico antecipava o que parece unir-nos a todos – a decisão de uma chamada saída limpa neste interregno na nossa soberania económica que corresponde à presença tutelar de um conjunto de forças a que damos o nome de Troika.

É uma boa notícia para todos. Todos, na verdade, dizem desejar esta solução, embora alguns, que também a desejarão, desconfiem dessa mesma saída limpa, alegando que ela é apenas limpa no nome e que aqueles que nos tutelaram economicamente nos últimos três anos ainda ficam por cá.

Independentemente destas nuances, mais relacionadas com a luta política, só a imagem – e eu espero que seja mais do que apenas a aparência – de uma saída limpa e do fim do interregno na nossa soberania económica é, só por si, uma boa notícia para todos.

Em certa medida, o comportamento do mercado imobiliário português já começou a antecipar essa mudança e a afirmar-se no que nunca deixou de ser – um bom refúgio de investimento para investidores, internos e externos, num quadro de sustentabilidade reconhecido por terceiros.

Esta realidade também explica a crescente procura do nosso imobiliário por parte de interessados estrangeiros, num crescendo responsável por uma fatia já significativa do volume de negócios do sector, e a correspondente e esperada subida dos preços, reequilibrando as desvalorizações artificiais recentes.

Modéstia à parte, orgulho-me de sempre ter acreditado no nosso mercado imobiliário e de ter resistido, às vezes quase sem qualquer outro apoio, ao desespero que levou às desvalorizações forçadas dos preços e, em parte, ao empobrecimento de muitas famílias portuguesas, mesmo daquelas que conseguiram aguentar o respectivo património imobiliário.

Sendo uma riqueza das famílias, o património imobiliário construído que está nas mãos dos privados é também uma riqueza do país. O bom comportamento que tem revelado, resistindo aos que lhe quiseram colar a falsa etiqueta da bolha e, principalmente, contribuindo para a própria recuperação, por exemplo na Reabilitação Urbana que o relança e recupera emprego, merece, nesta hora, quase de Restauração, ser realçado e aplaudido.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 05 de maio de 2014 no Diário Económico

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