Sendo certo que o montante médio de crédito começou  a cair, pelo menos, desde 2009, de acordo com um trabalho assinado por técnicos superiores do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, também é verdade, como aliás os articulistas reconhecem, que a quebra no financiamento é muito maior nas novas empresas, nomeadamente nas novas pequenas e médias empresas.

São estas, como se sabe, as empresas que vão criando empregos e mantendo acesa a chama da recuperação económica, principalmente em períodos críticos como o que Portugal atravessa e vive no momento presente, pelo que o aperto no respectivo financiamento é tanto mais desastroso quando a sobrevivência destas novas empresas pode depender, em larga medida, da possibilidade ou não em lhes conceder crédito.

Esta constante rarefação do crédito, como é referida, torna-se muito preocupante, independentemente de ela ter sido iniciada antes de Maio de 2011, o mês do lançamento do  programa de assistência económica e financeira a Portugal, vulgo memorando da Troika. Não seremos mais felizes se a sentença de morte da nossa Economia tiver sido lavrada por instâncias que identificamos com mais dificuldade.

O que é preciso, realisticamente, é inverter esta malapata que aponta, por exemplo, para que o sector da construção mantenha a tendência de redução da atividade que tem vindo a registar nos últimos anos, face à forte queda do investimento residencial e do investimento público em obras públicas. Para que também se inverta o crescimento do desemprego, uma das principais razões do nosso próprio empobrecimento. Troikas à parte.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado dia 18 de Agosto de 2012 no Expresso

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