A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) foi constituída ontem, com a pompa e a circunstância adequadas, e com o simbolismo do Padrão dos Descobrimentos em pano de fundo, como sublinhou, no discurso inaugural, o seu primeiro presidente, Engenheiro Manuel Joaquim Reis Campos.
O monumento do Padrão dos Descobrimentos marca o espírito empreendedor de quinhentos, quando Portugal e os portugueses, numa parceria entre o Reino e a população, souberam dar novos mundos ao Mundo – hoje os desafios e as navegações são outros e o que se pede são novos rumos para a Economia.
A nova confederação espelha a fileira da construção e do imobiliário e mobiliza várias associações empresariais, entre as quais, desde a primeira hora, a Associação Portuguesa dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a cuja direcção nacional presido. A nova confederação é, como também sublinhou o Eng. Reis Campos, imprescindível para o crescimento económico do nosso país.
Em conjunto, respondemos por 18% do PIB, garantimos metade do Investimento nacional, asseguramos 770.000 postos de trabalho, isto é, 15% do emprego nacional e representamos 16% das empresas existentes em Portugal, ou seja, cerca de 200.000 empresas em actividade. Apesar dos sete anos de quebra de actividade que estamos quase a completar.
Uma quebra de actividade – reconheça-se – que resulta do défice de investimento, público e privado, ocorrido nos últimos anos, défice que é um dos principais responsáveis pela perda de competitividade da economia nacional face aos nossos parceiros europeus, para ainda citar Reis Campos quando o presidente da CPCI sublinha o papel que está destinado à nova confederação.
Parceira e voz natural das actividades da construção e do imobiliário, a nova confederação convoca vontades de várias associações representativas das actividades da construção e do imobiliário e apresenta-se com uma vocação impar para contribuir, de forma decisiva, para o desenvolvimento e retoma da economia portuguesa, pela via do incremento do emprego e da modernização e fortalecimento do tecido empresarial que representa.
Sem diabolizar o Estado, que tem qualidades, ou divinizar a sociedade civil, que tem defeitos, como gosto de citar. Sem divinizar o Estado, que também tem defeitos, ou diabolizar a sociedade civil, que também tem qualidades, mas apostando na inovação, na tecnologia, no empreendedorismo e na qualificação dos recursos humanos para melhor superarmos os desafios que enfrentamos e para inverter essa praga de sete anos sem investimentos.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 22 de Julho de 2009 no Público Imobiliário