O desemprego em Portugal anda, nas estimativas oficiais, na casa dos 16%, mesmo sem contabilizar aqueles que se cansaram de procurar um emprego, compatível ou não com as respectivas habilitações, e partiram para fora, numa nova e mais qualificada emigração.

Tampouco contam aqueles que caem no desemprego e estão tão desanimados que nem procuram as instituições com vocação para promover emprego. Muitos destes limitam-se a tentar uns ganchos no chamado mercado de trabalho negro, isto é, na economia não formal.

Se contassem todos estes, o desemprego já estaria na casa dos 20% , muito provavelmente acima dos 25%, ou seja, em cada quatro portugueses na idade ativa um está sem trabalho, recebendo ou não apoios do Estado para minorar essa situação dramática.

A juntar a estes números, foram entretanto também divulgados os números definitivos do último censo da população. E como estava já projetado, somos, definitivamente, um país a envelhecer, cuja pirâmide etária tem cada vez menos a forma de uma pirâmide.

Lido tudo isto de um outro ângulo, são cada vez menos os portugueses que têm de aguentar, com os respetivos impostos e descontos específicos, as despesas inerentes aos apoios devidos aos desempregados e aos pensionistas. Aquela velha garantia traduzida na expressão “alguém irá pagar” começa a falhar.

O problema do desemprego  é o problema central deste tempo. Combatê-lo, sem preconceitos, tem de ser a prioridade das prioridades. Não sei se não  teremos de diminuir a carga horária e a remuneração de quem trabalha para que outros possam ter trabalho e remuneração.  Temos é de debater tudo isto.

Luís Lima

Presidente da APEMIP e Prsidente da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 26 de novembro de 2012 no Jornal i

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