O jantar que a Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores (APPC) promoveu em Lisboa, na noite de 14 de Dezembro, podia ter sido, pelo mês em curso, um jantar de festa, mas foi muito mais do que isso, foi um debate em torno do contributo dos grandes projectos de infra-estruturas para a retoma e o desenvolvimento económico.
Na verdade, a presença do Ministro das Obras Públicas, Prof. Dr. António Mendonça neste debate, a que compareceram várias Ordens, os dois metros (o de Lisboa e o do Porto) e empresas como a ANA, a Brisa, as Águas de Portugal, a REFER, a REN, a Lusoponte, a GALP, além de associações empresarias e institutos públicos vários, conferiu ao jantar um estatuto semelhante ao de um Fórum.
Às vezes, nestes encontros informais, concertam-se ideias fundamentais para que trilhemos, com segurança, os caminhos mais apropriados a cada etapa do nosso desenvolvimento económico, na identificação de estrangulamentos que, mesmo sendo de aparecimento cíclico, podem ser muito graves se não forem devidamente acautelados.
Um desses estrangulamentos é – já ninguém o duvida – o desemprego, uma realidade que, entre nós, atingiu, pela primeira vez, uma preocupante cifra de dois dígitos, tanto mais preocupante quanto já não afecta exclusivamente a população com menor formação, como aconteceu em ciclos de crise anteriores, ciclos que em Portugal parecem ocorrer de dez em dez anos.
Neste contexto, a conclusão praticamente unânime deste Fórum da APPC é que o investimento público, nomeadamente em grandes projectos de infra-estruturas, é uma das raras vias possíveis, no actual momento, para estancar esse claro sintoma de doença que é o desemprego.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 21 de Dezembro de 2009 no Diário Económico