Quando falamos, em bom Português, em Negócios Estrangeiros, com letra grande, ou melhor, com a primeira letra maiúscula, estamos a falar de diplomacia, da nossa representação externa, do nosso relacionamento diplomático internacional. E, no entanto, os negócios estrangeiros podem e devem ser muito mais do que isso, podem e devem ser verdadeiros negócios, preferencialmente o que consigamos vender, lá fora.

É por isso que tenho de aplaudir a proposta lançada pelo ex-ministro Manuel Pinho, e, acarinhada pelo actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, de integrar o Comercio Externo no Palácio das Necessidades, a sede do Ministério, cujo nome venera Nossa Senhora da Saúde, também referida como das Necessidades, que valeu a muita gente, do mar e da terra, incluindo reis de Portugal.

Entre as nossas Necessidades mais urgentes e mais merecedoras de um novo milagre da Senhora está esse imperativo de multiplicar os nossos negócios estrangeiros, agora com letra pequena, ou melhor, minúscula, pois estamos a falar dos negócios propriamente ditos, da necessidade de vender lá fora, cá dentro, trocadilho que bem pode ser aplicado à internacionalização do nosso sector imobiliário.

Em bom Português, se falamos em exportação, em vender os nossos produtos no estrangeiro, devemos escrever a eventual expressão “negócios estrangeiros” com letras minúsculas, pois Negócios Estrangeiros, com as primeiras letras maiúsculas, ainda é um exclusivo da instituição Ministério. Embora os tempos reclamem uma letra grande, cada vez maior, para todos estes negócios.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 29 de Maio de 2010 no Expresso

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