O grande aeroporto do Noroeste da Península Ibérica é o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o aeroporto do Porto, também conhecido pelo aeroporto de Pedras Rubras. Tendo ultrapassado os 5 milhões de passageiros em 2010, este aeroporto serviu também, no ano passado, cerca de 600.000 pessoas oriundas da Galiza, o que o consolida como a grande estrutura aeroportuária do Noroeste.

O aumento da oferta de destinos – muito graças ao dinamismo das companhias low cost e no caso da Ryanair com uma base estabelecida no Porto – e a própria promoção do aeroporto explicam este salto, que também justificará uma reapreciação da chamada ligação ferroviária de alta velocidade a Norte, mais precisamente entre o Porto e Vigo.

A Alta Velocidade Espanhola (AVE) ou o afrancesado Transporte de Grande Velocidade (TGV) potenciaria muito esta estrutura do Norte de Portugal se a prometida linha Porto / Vigo arrancasse mais rapidamente. A existência de ligações rodoviárias regulares entre as principais cidades da Galiza e o Aeroporto do Porto indiciam um mercado para a grande velocidade ferroviária no Noroeste.

Acrescem todas as potencialidades por explorar nos destinos turísticos do Porto e do Douro, ou seja uma cidade milenar que se reabilita, cheia de alma, e um rio, de belezas únicas, navegável em mais de 200 quilómetros, dois potenciais pólos de atracção, capazes de ombrear com outros destinos de renome mundial e capazes de dinamizar a economia da região.

A reabilitação urbana da cidade do Porto, a tentar ganhar uma velocidade de cruzeiro adequada às exigências das circunstâncias económicas que vivemos e às obrigações éticas que temos de assumir relativamente às gerações vindouras, no quadro do único desenvolvimento que o Mundo suporta – o sustentável – , a reabilitação urbana de uma cidade como a do Porto, é também uma âncora para a captação de investimento estrangeiro, acção fundamental para o relançamento da nossa economia.

Isto também passa – e muito – pela existência de infra-estruturas como as que servem de ponto de partida para esta reflexão, um debate em torno do que é, e será sempre, investimento reprodutivo com retornos, mesmo que alguns de nós insistam em classificá-los de despesa supérflua, tentando relegá-los para as calendas gregas num desperdício de oportunidades, que os tempos de aperto que marcam o nosso presente não deviam permitir.
 

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 11 de Março de 2011 no Sol

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