O debate sobre a sustentabilidade do imobiliário, que a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) proporcionou recentemente em Lisboa, como anfitriã da Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI) e da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, empenhadas na divulgação de um estudo global sobre esta matéria, foi uma riquíssima reflexão multiplural que deu boa imagem de Portugal.

Desse debate, quero relevar um alerta do professor Sidónio Pardal, reconhecido especialista em matéria de ordenamento do território, a lembrar a obrigação ética que os poderes locais devem assumir, no sentido de reverem e de simplificarem todos os inevitáveis processos, que visem alterar projectos imobiliários inicialmente desenhados para uma procura que entretanto deixou de existir.

Com clarividência, o professor Sidónio Pardal lembrou a dimensão brutal dos custos que resultam das inevitáveis opções da promoção imobiliária, obrigada a redesenhar projectos antigos sob pena de não os conseguir colocar no mercado. É aqui que se espera que o Poder renuncie a parte dos custos das taxas habituais nos processos.

Num debate que contou com a presença dos secretários de Estado da presidência do Conselho de Ministros e das Obras Públicas, de quadros superiores da Administração, Pública, da Banca, de empresas privadas e de dirigentes do associativismo empresarial, a imagem que os convidados estrangeiros levam de Portugal, é, de facto, boa. Saibamos mantê-la.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 2 de Fevereiro de 2011 no Diário Económico

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